Quando o presidente Jair Bolsonaro confirmou a visita oficial à Rússia, ocorrida na última semana, o UCHO.INFIO afirmou que se tratava de atitude desesperada de um governante pífio que vê seu projeto de reeleição esfarelar. Isolado no cenário internacional, Bolsonaro precisava mostrar aos seus apoiadores que ainda tem prestígio internacional – apenas com ultradireitistas com vocação para a ditadura.
Bolsonaro conseguiu nessa viagem fotos ao lado do russo Vladimir Putin, que está à frente de uma cruzada para invadir a Ucrânia, e do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, um radical abominável. Em outras palavras, o presidente brasileiro conseguiu produzir um ruído surdo.
O chefe do Executivo brasileiro ainda voava em direção a Moscou quando, em atitude patética, o ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e o empresário Luciano Hang usaram as redes sociais para sugerir que Bolsonaro foi responsável pela não invasão da Ucrânia pelas tropas russas. A dupla – Salles e Hang – foi além e publicou nas redes sociais uma montagem da capa da revista Time em que Jair Bolsonaro aprece como candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2022.
Com a repercussão negativa da patacoada, Ricardo Salles, o subserviente que defendeu “passar a boiada”, afirmou à jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, que tratava-sede brincadeira, de um “meme”, e que ao brasileiro está faltando doses de humor. Na verdade, Salles, que é conhecido por seu oportunismo barato, tentou se se livrar de um vexame consumado.
Por outro lado, Jair Bolsonaro gostou da fanfarronice e incorporou a ideia aos seus discursos descabíveis, mesmo que de forma disfarçada O pior aconteceu quando o presidente da República disse, em Moscou, que o Brasil é solidário à Rússia, ignorando recomendações do Itamaraty para não abordar a crise geopolítica durante a conversa com o russo Vladimir Putin.
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Como se não bastasse, Bolsonaro insinuou em declarações posteriores que teria convencido Putin a não invadir a Ucrânia. O presidente brasileiro é um pária no campo da diplomacia e está isolado no universo da extrema direita desde a derrota do bufão Donald Trump.
Na última sexta-feira (18), a porta-voz da casa Branca, Jen Psaki, ao comentar a viagem de Bolsonaro a Moscou em momento inadequado, disse que o Brasil “parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global”.
O presidente não gostou da declaração de Psaki e determinou ao Itamaraty que respondesse. No sábado (19), o Ministério das Relações Exteriores respondeu à declaração por meio de nota, afirmando que “lamenta o teor da declaração da porta-voz da Casa Branca a respeito de pronunciamento do Senhor Presidente da República por ocasião de sua visita à Rússia”.
“As posições do Brasil sobre a situação da Ucrânia são claras, públicas e foram transmitidas em repetidas ocasiões às autoridades dos países amigos e manifestadas no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)”, acrescenta a nota.
Para emoldurar o fiasco protagonizado por Bolsonaro e seus sabujos de plantão, Putin decidiu enviar “tropas de paz” (sic) para a região dos conflitos. No contraponto, o representante brasileiro no Conselho de Segurança da ONU – o Brasil ocupa atualmente uma cadeira não permanente – defendeu a retirada das tropas russas da Ucrânia, mas não criticou Putin.
Contudo, diante da evolução da crise geopolítica, é preciso saber por onde andam Ricardo Salles e Luciano Hang, os “bobos da corte”, pois Putin não apenas reforçou a presença de militares na região de fronteira com a Ucrânia, mas está apoiando o movimento das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, onde várias explosões foram ouvidas na manhã desta terça-feira (horário local).
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