Putin autoriza tropas militares russas a invadirem a Ucrânia e promete retaliações ao Ocidente

 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou em pronunciamento ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), segundo as agências russas RIA e Interfax. Explosões foram ouvidas no Aeroporto de Kiev e na cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país.

Em resposta, o presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos responderão de forma unida e decisiva. Biden prometeu anunciar nesta quinta-feira as consequências que a Rússia enfrentará. Nos últimos dias, Putin vinha dizendo que não havia decidido se lançaria uma operação militar na Ucrânia, após, dias antes, reconhecer a independência de Donetsk e Luhansk.

Em mensagem televisionada, Putin anunciou sua decisão e prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia. O presidente da Rússia alegou que sua decisão foi motivada por um pedido de ajuda dos separatistas e pela política agressiva da OTAN com Moscou, além de pedir que os militares ucranianos “deponham as armas”.

“Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história”, disse Putin.

O anúncio ocorreu no momento em que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reunia em Nova York para debater a crise, a pedido do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A reunião do Conselho está sendo presidida pelo embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo ao líder russo. “Putin, impeça suas tropas de atacar a Ucrânia. Dê uma chance à paz. Muitas pessoas já morreram”, disse.

Minutos antes, os sites do Parlamento da Ucrânia e outros órgãos governamentais e bancários foram derrubados por outra onda de ataques cibernéticos. Pesquisadores de segurança cibernética disseram que invasores não identificados também infectaram centenas de computadores com malware destrutivo. As autoridades há muito afirmam que os ataques cibernéticos seriam uma espécie de prefácio invasão militar russa na Ucrânia.

 
Apelo de Zelensky

Diante da iminência de uma invasão, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou a televisão para fazer um apelo para evitar a guerra, pedindo aos russos e à história e à cultura de ambas as nações.

“O povo ucraniano quer paz”, disse o presidente, depois da zero hora de quinta-feira em Kiev (noite de quarta-feira em Brasília). “O governo da Ucrânia quer a paz e está fazendo todo o possível para construí-la.”

Desde janeiro, o governo dos EUA vem alertando que uma invasão russa é “iminente”, mas nesta semana a situação ganhou nova escalada após Putin reconhecer as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk como independentes.

Autoridades dos Estados Unidos, da OTAN e da União Europeia disseram na terça-feira (22) que as forças russas começaram a invadir as regiões controladas pelos separatistas apoiados pelo Kremlin. Informações de Kiev dão conta que militares russos já estavam nas regiões separatistas usando uniformes dos rebeldes, como forma de confundir a opinião pública.

Na quarta-feira, o Parlamento ucraniano aprovou por ampla maioria o estado de emergência proposto por Zelensky, convocando reservistas de 18 a 60 anos.

Sanções

Na comunidade internacional, a União Europeia anunciou, por seu papel no reconhecimento das regiões separatistas da Ucrânia, sanções contra o ministro da Defesa e os chefes militares russos, o chefe de gabinete do Kremlin, o ministro do Desenvolvimento Econômico e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. As sanções publicadas no Diário Oficial da UE consistem no congelamento de bens e na proibição de vistos contra os afetados.

Por sua vez, o presidente Joe Biden, dos EUA, anunciou sanções contra a empresa encarregada de operar o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha. A medida foi anunciada após Berlim suspender o controverso gasoduto, um dia antes.

No dia anterior, os EUA haviam anunciado medidas contra os bancos e oligarcas russos, denunciando o “início de uma invasão russa” na Ucrânia. A Rússia, por sua vez, prometeu uma resposta “forte” e “dolorosa” às sanções norte-americanas. Comparadas com as medidas prometidas em caso de invasão da Ucrânia, as anunciadas são extremamente modestas.

Vladimir Putin vem se preparando há muito para invadir a Ucrânia. Ciente de que enfrentaria sanções econômicas, a Rússia tem aproximadamente US$ 640 bilhões em reservas cambiais e US$ 183 bilhões em um fundo soberano para enfrentar as reações do Ocidente. (Com agências internacionais)

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