Criminoso, Putin impõe condições para interromper ação militar e catástrofe humanitária na Ucrânia

 
Entre os traços da personalidade paranoica do presidente da Rússia, Vladimir Putin, blefar por certo é um dos que merecem destaque. O líder russo disse, há duas semanas, que não invadiria a Ucrânia, mas a tragédia que se instalou no país europeu é a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Putin tem afirmado reiteradas vezes que o avanço sobre o território ucraniano acontece de acordo com o que foi planejado, mas esse discurso não condiz com a realidade. Afinal, o presidente russo apostou em uma incursão militar de poucos dias, mas não imaginou que os ucranianos pudessem resistir.

Ao contrário do que tem afirmado o presidente da Rússia e considerando o poderio militar do país, a invasão à Ucrânia já poderia ter terminado, mas não é essa a realidade que brota das informações e principalmente das imagens que têm corrido o planeta.

Além disso, a informação de que Putin ordenou o recrutamento de sicários sírios para participar da guerra urbana que deve tomar conta de algumas cidades ucranianas. Os milicianos sírios são especialistas em enfrentamento de civis que resistem a invasores. Ou seja, o planejamento de Putin para a tomada da Ucrânia não foi bem elaborado.

Ciente de que as sanções econômicas impostas pelo Ocidente podem levar a Rússia ao colapso e que a China não tem condições de compensar o país de acordo com as expectativas do Kremlin, Putin começa a dar sinais de que pode colocar um ponto final na guerra, desde que a Ucrânia aceite suas condições. Em suma, o presidente russo não está disposto a negociar.

 
Putin quer que a Ucrânia cesse imediatamente as operações militares, modifique a Constituição e reconheça a neutralidade do país, assumindo o compromisso de não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Além disso, o líder russo quer que Kiev também reconheça a Crimeia, anexada em 2014, e as províncias separatistas de Donetsk e Luhansk como parte do território da Rússia.

Na verdade, o que Putin deseja é derrubar o governo do ucraniano Volodymyr Zelensky e colocar em seu lugar um fantoche controlado pelo Kremlin. Tomando por base a resistência das tropas ucranianas e a disposição da população para enfrentar o inimigo, a guerra deve continuar por muito tempo.

As tropas russas controlam quase toda a costa do Mar Negro e avançam pelo norte da Ucrânia na direção de Kiev e Kharkiv, as duas maiores cidades do país. Como se não bastasse, os russos estão prontos para disparar contra a população civil da Ucrânia.

 
Porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov disse nesta segunda-feira (7), em entrevista à agência de notícias Reuters, que a guerra pode ser interrompida caso a Ucrânia aceite as condições impostas pela Rússia.

“Nós realmente estamos terminando a desmilitarização da Ucrânia. Nós vamos terminar isso. Mas o principal é que a Ucrânia cesse sua ação militar. Eles deveriam parar sua ação militar e então ninguém atirará”, disse Peskov.

Sobre a questão da neutralidade, o porta-voz afirmou: “Eles deveriam fazer emendas à constituição segundo as quais a Ucrânia rejeitaria qualquer objetivo de entrar em qualquer bloco”.

“Também falamos sobre como eles devem reconhecer que a Crimeia é território russo e que eles precisam reconhecer que Donetsk e Lugansk são estados independentes. E é isso. Vai parar em um momento”, acrescentou.

Vladimir Putin sabe que politicamente é o primeiro e maior derrotado dessa criminosa investida contra a Ucrânia, mas diante da possibilidade de enfrentar uma crise interna sem precedentes prefere acenar uma bandeira branca, sem perder a pose de ditador. É uma questão de sobrevivência política.

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