Há mais de uma década, o UCHO.INFO alertou para o perigo que representava a dependência da União Europeia em relação ao gás natural fornecido pela Rússia. Afirmamos à época que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em algum momento transformaria o gás em arma de guerra. Naquele momento, os especialistas de ocasião, que sobram em todos os cantos do Brasil, afirmaram que se tratava de alarmismo de nossa parte.
Quem se interessa por política internacional e acompanhou com atenção o governo de Angela Merkel não demorou a perceber o malabarismo que a então chanceler alemã fez durante longos anos para evitar as crispações entre a Rússia e os Estados Unidos. Esse convívio provocativo entre as duas potências militares só arrefeceu durante o governo de Donald Trump, o bufão que continua considerando Putin um gênio.
Como se não bastasse ter destruído a infraestrutura da Ucrânia – prejuízo que, de acordo com as autoridades locais, ultrapassa a marca de US$ 10 bilhões –, Putin ameaça cortar o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1.
Um “embargo ao transporte de gás através do gasoduto” seria justificável diante das “alegações infundadas contra a Rússia sobre a crise energética na Europa e a proibição do Nord Stream 2”, disse o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak.
O gasoduto Nord Stream 1 é importante “veia” de fornecimento de gás para a Alemanha e outros países da Europa. “A Europa consome atualmente 500 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, 40% dos quais são garantidos pela Rússia”, explicou Nowak.
O vice-primeiro-ministro disse que a Rússia ainda não decidiu interromper o fornecimento de gás à Europa, mas se vê pressionada a adotar tal medida, com base nas acusações de políticos europeus.
Faz-se necessário destacar que Vladimir Putin é um blefador conhecido e a Rússia depende economicamente da exportação de commodities, como, por exemplo, petróleo e gás natural. Além disso, as sanções econômicas impostas pelo Ocidente à Rússia e aos oligarcas ligados a Putin podem fazer explodir a empáfia do líder russo.
Caso os Estados Unidos decidam suspender a importação de petróleo russo, como anunciado no final de semana, o Kremlin terá sérios problemas internos, pois, além do elevado custo da guerra, uma eventual anexação ou controle da Ucrânia exigirá dos cofres russos enormes somas em dinheiro.
Putin pode resolver o problema imprimindo dinheiro, mas esse caminho leva à explosão da inflação. Considerando que a economia russa está em crise há anos, uma decisão nesse sentido seria o fim de Vladimir Putin.
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