Cada vez que tenta se aproximar do eleitorado feminino, onde enfrenta dura resistência, o presidente Jair Bolsonaro não colhe bons resultados. Nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o presidente participou de cerimônia alusiva à data no Palácio do Planalto.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que atualmente as mulheres estão “praticamente integradas à sociedade”. Ou seja, o chefe do Executivo não tem noção da realidade feminina no País. “Assim como a mulher foi feita do homem, assim também o homem nasce da mulher e tudo vem de Deus”, disse o presidente, que insiste em usar o nome de Deus em vão.
As declarações absurdas de Bolsonaro em relação às mulheres não são novidade para quem acompanha a política nacional e registra o despautério oficial.
Em 25 de abril de 2019, durante café com jornalistas, na sede do governo, Bolsonaro disparou: “Se alguém quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias”.
Dois anos antes, em 6 de abril de 2017, Jair Bolsonaro, em mais um de seus conhecidos desvarios, relacionou o fato de ter uma filha a uma “fraquejada”. “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”, disse.
Em outubro de 2018, ao tentar justificar uma declaração injustificável, Bolsonaro afirmou que a fala descabida sobre a filha Laura foi “uma brincadeira que homem faz”. Ou seja, o então deputado federal confirmou o fato de ser misógino.
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Uma das vítimas recorrentes da oratória descontrolada do presidente é a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em 12 de novembro de 2021, durante evento no Palácio do Planalto, o presidente fez uma piada de cunho sexual envolvendo a primeira-dama.
O presidente da República, que na ocasião participava do lançamento do programa “Comida no Prato”, iniciou seu discurso dando “bom dia a todos”, menos a Michelle Bolsonaro. “Bom dia a todos, menos para a primeira-dama, porque eu já dei um bom dia muito especial para ela hoje. Acreditem se quiser”, disse Bolsonaro.
No final de 2021, o presidente da República foi filmado dançando uma paródia de funk que comparava mulheres de esquerda a cadelas e oferecia às feministas “ração na tigela”.
Não custa lembrar que Bolsonaro, nos tempos de Câmara dos Deputados, certa feita discursava no plenário da Casa e ofendeu a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, afirmou o agora presidente.
Apesar da torpeza que marca as declarações de Bolsonaro, assessores palacianos recomendaram ao presidente que, de olho na reeleição, o melhor seria se aproximar do eleitorado feminino. Mesmo assim, o presidente classificou como “asquerosa” a fala do deputado estadual Arthur do Val (SP), que em áudio compartilhado em grupo de WhatsApp disse que as “mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres”. Resta saber quem é o genial assessor do presidente que não consegue interpretar a realidade dos fatos. Enfim…
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