Homofóbico, ministro da Educação rotula homossexualidade como “coisa errada” que não deve ser ensinada

 
O viés homofóbico da ala ideológica do governo de Jair Bolsonaro volta a ganhar força com a proximidade das eleições. Essa retomada do discurso de intolerância se explica pela necessidade de o presidente da República acenar para o eleitorado ultraconservador e mobilizar seus apoiadores.

A mais nova investida do grupo de conservadores ligados a Bolsonaro ficou sob a responsabilidade do ministro da Educação, Milton Ribeiro, já denunciado por crime de homofobia. O ministro disse na terça-feira (8), ao mencionar questões de gênero, que o governo Bolsonaro não ensinará o que chamou de “coisa errada”.

“Nós não vamos permitir que a educação brasileira vá por um caminho de tentar ensinar coisa errada para as crianças. Coisa errada se aprende na rua. Dentro da escola, a gente aprende o que é bom, o correto, o civismo, o patriotismo”, declarou Ribeiro, durante evento sobre merenda escolar.

“Não tem esse negócio de ensinar você nasceu homem, pode ser mulher. Respeito todas as orientações. Mas uma coisa é respeitar, incentivar é outro passo”, completou o ministro.

Milton Ribeiro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crime de homofobia após ter afirmado que a homossexualidade é algo anormal e fruto de “famílias desajustadas”.

 
De acordo com a denúncia, “ao afirmar que adolescentes homossexuais procedem de famílias desajustadas, o denunciado discrimina jovens por sua orientação sexual e preconceituosamente desqualifica as famílias em que criados, afirmando serem desajustadas”.

O titular da Educação chegou a pedir desculpas pelas declarações, mas na terça-feira acabou ironizando o processo de que é alvo. “Não vou permitir que, com crianças de 6 a 10 anos, um professor chegue e diga que, se ela nasceu homem, se quiser pode ser mulher. Isso eu falo publicamente mesmo. Por isso que meu processo já está lá no STF. Não tenho vergonha de falar isso. Não tenho compromisso com o erro”, afirmou.

No afã de jogar para o eleitorado conservador, Ribeiro erra sobejamente ao classificar a orientação sexual como erro. Além disso, o ministro deveria saber que orientação sexual não se ensina. O que deveria ser ensinado nas escolas é o respeito à diversidade.

Educação sexual, inclusa a abordagem das questões de gênero, é de suma importância no espectro educacional, pois é ferramenta imprescindível para enfrentar a gravidez na adolescência, a violência contra as mulheres e a homofobia. A intolerância existente em setores do governo no tocante à homossexualidade causa preocupação, já que tal postura acaba incentivando a homofobia.

Tomando por base que assuntos polêmicos só são tratados publicamente no âmbito do governo com o aval prévio de Jair Bolsonaro, não custa lembrar que a obsessão do presidente da República em relação à homossexualidade causa espécie.

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