Os novos preços dos combustíveis e as falácias do embusteiro Jair Bolsonaro e do liberal Paulo Guedes

 
Não é de hoje que presidente Jair Bolsonaro tenta responsabilizar os governadores pelos elevados preços dos combustíveis, mas sua investida na direção de alguns adversários político não avançou, assim como aconteceu durante a pandemia do novo coronavírus.

Ciente de que a disparada da inflação pode implodir seu plano de reeleição, Bolsonaro passou a flertar com caminhos que pudessem conter a alta dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha). De redução de impostos a subsídios, passando por transferência de prejuízo aos acionistas da empresa, o governo analisou tudo, mas acabou deixando a responsabilidade para o Congresso, apesar da resistência do ainda ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nesta quinta-feira (10), como informamos em matéria anterior, a Petrobras anunciou uma nova rodada de aumentos dos combustíveis. Mais cedo, o presidente da República disse a apoiadores que não tem poder para formular os preços da Petrobras. Isso é fato, mas Bolsonaro disse há dias que poderia interferir na estatal. Foi o suficiente para as ações da petrolífera registrarem queda nas bolsas de valores.

Após o Senado aprovar proposta que amplia a abrangência do auxílio-gás e a criação de auxílio-gasolina para taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos, Paulo Guedes tentou justificar o momento da economia e a possibilidade de aumento da inflação. O ministro alegou que a economia brasileira vive duas guerras, a da pandemia e a na Ucrânia, mas não arriscou voltar na linha do tempo para explicar os aumentos dos preços dos combustíveis nos últimos três anos.

 
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Culpar a guerra na Ucrânia pelos tropeços de uma política econômica desastrada é no mínimo sinal de incompetência. Além disso, não se pode transferir a terceiros, além das nossas fronteiras, a responsabilidade por algo que compete ao governo federal. Faz-se necessário lembrar que Guedes foi apresentado ao eleitorado, em 2018, como “|Posto Ipiranga”, mas até agora mostrou ser uma borracharia mequetrefe de beira de estrada.

Em janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro estreou como presidente da República, o dólar fechou o mês cotado a R$ 3,65. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana encerrou os negócios valendo R$ 5,01. Resumindo, em três anos o real desvalorizou 40% em relação ao dólar, situação que reflete nos preços dos combustíveis. Esse tobogã no mercado de câmbio precisa ser explicado por Paulo Guedes.

Sobre o fato de Bolsonaro não ter como interferir na política de preços da Petrobras, o então candidato do PSL prometeu aos eleitores botijão de gás a R$ 35, gasolina a R$ 2,50 por litro, reajuste da tabela do Imposto de Renda e 13º salário no programa Bolsa Família. O brasileiro continua sentado à espera das mirabolantes e irresponsáveis promessas.

Alguém há de dizer que em período eleitoral vale prometer o impossível, mas não se pode esquecer que passadas as eleições a realidade volta a bater à porta do cidadão. O País vive essa situação de desvarios há muito tempo, pois o brasileiro não se interessa por política porque, segundo a maioria, é um tema extremamente chato. Na verdade, chato mesmo é um litro de gasolina custar R$ 7 ou mais.

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