Reflexos da guerra na Ucrânia já impactam a economia e devem atrapalhar campanha de Bolsonaro

 
De olho na reeleição, mesmo afirmando que estar na Presidência da República é um calvário, Jair Bolsonaro terá sérios problemas para conquistar um novo mandato. Isso porque a economia brasileira, que não estava no melhor momento, sofre já sente os efeitos da guerra na Ucrânia.

Na recente visita que fez a Moscou, Bolsonaro disse a Vladimir Putin ser solidário à Rússia. A declaração não tem a concordância da maioria dos brasileiros, que sofrerão com a disparada dos preços de muitos produtos e serviços, começando pelos itens de alimentação.

Com a alta do petróleo no mercado internacional, os preços dos combustíveis devem sofrer nova elevação, mesmo após o reajuste anunciado pela Petrobras na última semana. Esse cenário inviabiliza muitas atividades que dependem do transporte. Quase 60% do que é transportado no País depende de combustíveis fósseis.

Os motoristas por aplicativo, por exemplo, já acenam com a possibilidade de desistir da atividade que surgiu como alternativa ao desemprego. Os caminhoneiros ameaçam cruzar os braços como forma de protestar contra os preços dos combustíveis.

Em outro ponto da economia, os alimentos devem ter os preços majorados, sendo que em alguns segmentos essa alta já ocorreu. É o caso das indústrias da cadeia do trigo, que por ser uma commodity tem a cotação vinculada à Bolsa de Mercadoria de Chicago (EUA). Esse quadro interfere no preço do tão necessário pãozinho de todo dia.

 
Considerando que o Brasil produz apenas metade do trigo que necessita e os dois dos principais produtores estão posições opostas na guerra – Ucrânia e Rússia –, a importação do produto já está mais cara.

Para se ter ideia do que o brasileiro deve esperar, um pastel, iguaria que até então colocava sob condições de isonomia todos os cidadãos, agora é comercializado a R$ 12,50 em alguns pontos da capital paulista.

Além disso, a crise que afeta o mercado internacional de fertilizantes deve impactar as atividades do agronegócio, elevando os preços dos alimentos, desde as hortaliças até a carne, passando pelas frutas e produtos industrializados. O Brasil importa 80% dos fertilizantes utilizados na agricultura, sendo que um quarto desse montante vem da Rússia.

Para finalizar, o quadro atual aponta para inflação maior do que a projetada pelos especialistas do mercado financeiro, podendo encerrar o ano próximo da casa dois dígitos, patamar em que se encontra há seis meses. Enquanto isso, o ainda ministro da Economia, Paulo Guedes, continua fazendo declarações absurdas para justificar uma política econômica pífia.

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