Apresentado ao eleitorado, em 2018, como “Posto Ipiranga”, em alusão ao mote da campanha publicitária da homônima rede de postos de combustíveis, Paulo Guedes, quando o assunto é declaração absurda, é o que muitos conhecem como “gasolina batizada”.
De “empregadas na Disney” a “vírus chinês”, passando pelo filho do porteiro que ingressa na faculdade e pela zombaria com a primeira-dama da França, o ainda ministro da Economia é um especialista em gafes. A mais recente, protagonizada nesta terça-feira (15), diz respeito ao Brasil estar preparado para a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu entre 1939 e 1945.
O titular da Economia disse que o Brasil está com déficit fiscal zerado e, por isso, “pronto para outra briga”. “Se vier a segunda guerra mundial, estamos prontos de novo. Vamos expandir de novo, porque estamos com déficit zerado”, afirmou.
Depois de mais um devaneio discursivo, Paulo Guedes procurou os jornalistas para se explicar. Como sempre, o ministro disse ter usado um sentido figurado em sua fala a representantes do agronegócio que participavam de evento no Palácio do Planalto.
“Não estou falando de segunda guerra mundial. Deu uma guerra, que foi essa pandemia, guerra sanitária mundial. Agora tem uma segunda, Ucrânia, Rússia… Isso subiu preço de combustíveis, fertilizantes, isso nos atinge”, tentou se explicar o ministro. “Quis dizer: se houver essa guerra do petróleo, essa guerra dos grãos, vamos estar preparados para reagir”, completou.
É importante destacar que o Brasil não está com o déficit zerado e muito menos preparado para um conflito mundial. Se com a recente elevação dos preços dos combustíveis o País quase parou, não é difícil imaginar o que aconteceria por aqui na esteira de nova guerra mundial, a terceira.
Crente que é o mais brilhante economista de todos os tempos, Paulo Guedes aproveitou a ocasião e tentou consertar declaração dada na última sexta-feira (11), quando afirmou que no Brasil há mais iPhones do que habitantes.
O ministro disse que queria se referir ao número geral de dispositivos móveis, mas tratou todos os aparelhos como do mesmo modelo. “Nosso presidente já era digital e somos o quarto maior mercado digital do mundo. Tem mais iPhones no Brasil do que população. Os brasileiros têm um, dois iPhones, às vezes.”
A declaração acima serviu para Guedes dizer que pandemia de Covid-19 foi responsável por lançar mais rapidamente o Brasil em direção a um futuro tecnológico.
Guedes talvez desconheça o preço de um iPhone e o fato de que dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos mensais, ou seja, um reles cidadão teria de trabalhar quatro meses para comprar um smartphone da marca citada e torcer para estar vivo depois desse período para poder usufruir do aparelho.
“Eu quis falar o seguinte: cada brasileiro tem dois dispositivos digitais, dois celulares, pode ter até dois celulares, e saiu iPhone, sem querer”, argumentou.
Falar em afirmação foi tirada do contexto, sentido figurado e sem querer é típico de incompetente que não passe de misto de falso gênio com humorista decadente. Em suma, o governo de Jair Bolsonaro é um ajuntamento de delinquentes intelectuais.
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