Esboço para a paz na Ucrânia e no Leste europeu

(*) Gisele Leite

Rufem os tambores! Toquem os clarins! Há um esboço de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. Mas, a guerra, que já perpetua em sua quarta semana, continua a mostrar a Ucrânia sob fortes bombardeios; um teatro que apenas servia de abrigo para centenas de pessoas na cidade portuária de Mariupol, uma das mais atingidas nesse momento da invasão.

Detalhe: nos jardins do teatro havia escrito em língua russa que era abrigo de crianças. Portanto, foi proposital crime de guerra.

Também na capital ucraniana teriam sido tomados um hospital repleto de reféns, totalizando quatrocentos médicos, funcionários e pacientes. Mais uma violação agressiva às Convenções de Genebra e demais Protocolos Internacionais ratificados também pela Rússia que insiste em alcunhar a guerra de “operação militar especial”.

Crimes de guerra e a autoridade da ONU e da OTAN que estão sendo desafiados a intervir em prol e defesa dos ucranianos. O Presidente da Ucrânia já anunciou que pretende fazer as concessões requeridas pelos russos, Joe Biden, Presidente dos EUA, chamou Putin de criminoso de guerra, o que foi classificado como retórica imperdoável pelo líder russo.

Essa declaração aconteceu após Zelenski discursar por vídeo ao Congresso dos EUA, comparando a invasão russa aos atentados ocorridos em 11 de setembro de 2001.

Não obstante todos os adjetivos pejorativos à conduta atual do exército russo, ambos os lados já cogitam em avanço positivo nas negociações para a paz, afinal, a Ucrânia já revela uma posição realista, enquanto o Ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, bafejou haver uma “esperança de acordo”.

O principal impasse é estabelecer os termos da neutralidade a que a Ucrânia se submeteria. Segundo o Financial Times, seria o esboço de um compromisso incluindo a promessa de Kiev de que não entraria na OTAN e nem permitiria bases estrangeiras em seu território, mas manteria as Forças Armadas.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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