Fim do uso de máscaras e status de endemia marcam novo processo de politização da Covid-19

 
A politização da pandemia de Covid-19 foi alvo de inúmeras críticas de órgãos de imprensa no Brasil, inclusive do UCHO.INFO. O presidente Jair Bolsonaro despejou seu negacionismo torpe sobre a maior crise sanitária dos últimos cem anos, alegando. No início, que no máximo morreriam 800 pessoas em razão da doença. Até agora, 657 mil brasileiros tombaram diante do novo coronavírus.

Com o negacionismo corroendo seus índices de aprovação, Bolsonaro, orientado por assessor e por integrantes do “gabinete do ódio”, silenciou os discursos criminosos contra o que chamou de “gripezinha” e “resfriadinho”.

Subserviente a ponto de causar engulho, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assumiu a responsabilidade em relação à pandemia, passando a enfatizar em suas falas a decisão do governo de comprar vacinas. Queiroga pode não saber, mas a Constituição Federal garante ao cidadão o direito à saúde, ou seja, é dever do Estado prover a cada brasileiro acesso à saúde.

Governador de São Paulo, João Dória Júnior, que em breve deixará o cargo para concorrer à Presidência da República, também politizou a pandemia, mas teve a iniciativa de produzir vacinas contra Covid-19 a partir de parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. Além disso, Dória foi duramente criticado, em especial por Bolsonaro, ao adotar medidas de combate à doença, como isolamento social.

Faltando pouco mais de seis meses para as eleições de outubro, a pandemia volta a ser politizada de forma irresponsável. O presidente Bolsonaro trabalha nos bastidores para rebaixar a pandemia à categoria de endemia, como se a ciência pudesse ser mais uma vez ignorada.

 
Dória, por sua vez, não ficou atrás e anunciou a não obrigatoriedade do uso de máscara de proteção em ambientes fechados. O uso do equipamento continua obrigatório em hospitais, prontos-socorros, transporte público, terminais de ônibus e plataformas de acesso ao metrô.

Ambas as decisões, a de Bolsonaro e a de Dória, são marcadas pela irresponsabilidade e pelo oportunismo político, pois ocorrem no momento em que países da Ásia e da Europa voltam a registrar aumento no número de casos de Covid-19 causados pela variante deltacron.

Para especialistas, apesar de a cobertura vacinal estar acima de 70%, a alta circulação da variante ômicron e a suspensão das medidas de restrição podem levar ao aumento de infecções e, consequentemente, hospitalizações e mortes pelo novo coronavírus.

A China havia isolado 51 milhões de pessoas por causa da explosão de casos da doença, mas nesta sexta-feira (18) autoridades do gigante asiático anunciaram o fim da medida, depois que o presidente Xi Jinping mostrou preocupação com a economia do país. Em outras palavras, não será surpresa se a pandemia retomar o fôlego em todo o planeta a partir de agora.

Na China, a média móvel de novos casos na terça-feira (15) foi quase seis vezes o índice registrado há duas semanas. Na Coreia do Sul, o dobro, e o país nunca registrou tantos óbitos (230 era a média móvel naquele dia) quanto nesta semana.

A situação é semelhante na Europa. Suíça, Reino Unido, Áustria, Alemanha, Itália, Holanda e França têm de 27% a 83% de alta na média móvel de contaminados em relação há 14 dias. Na Alemanha, na terça-feira, a média móvel foi de 200 mil novos casos da doença, 10 mil a mais que o recorde registrado em 31 de janeiro no Brasil, que cuja população é mais que o dobro da alemã.

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