Enquanto o presidente Jair Bolsonaro tenta se equilibrar sobre o mentiroso discurso de que em seu governo não há casos de corrupção, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação contra os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, pela atuação de ambos em um “gabinete paralelo” no Ministério da Educação.
Aras atende a um pedido de parlamentares da oposição, mas é preciso destacar que o ministro Milton Ribeiro, que admitiu em gravação priorizar os pleitos dos pastores, a pedido de Bolsonaro, também deve ser investigado.
Preocupado com seu projeto de reeleição, cuja campanha já está nas ruas apesar de proibida, Bolsonaro adotou uma estratégia conhecida no submundo da política: jogar os aliados aos leões e salvar a própria pele. Por enquanto, o presidente insiste em preservar Ribeiro, mas em algum momento o ministro da Educação, um fundamentalista cristão, será demitido.
Na terça-feira (22), parlamentares de oposição acionaram a PGR e outras instâncias do Ministério Público Federal (MPF), para cobrar investigações que levem à responsabilização dos pastores, do ministro da Educação e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que em troca de apoio político escancarou as portas do Ministério da Educação para líderes religiosos.
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Além do pedido de investigação encaminhado por Aras ao STF, a Liderança da Minoria na Câmara e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) também acionaram o Supremo cobrando providências contra o esquema criminoso que controlava a agenda do ministro Milton Ribeiro dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O inquérito solicitado pela PGR será distribuído de forma preventa à ministra Cármen Lúcia, que relata outros processos relacionados ao tema.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou representações à Presidência da República e à Procuradoria da República no Distrito Federal contra o ministro Milton Ribeiro, acusado de ter cometido o crime de tráfico de influência por se aproveitar “de sua posição de prestígio para a concessão de vantagens a terceiros, utilizando a Secretaria de Educação para transferir recursos do MEC para municípios selecionados com critérios religiosos”.
Além da cobrança de propina (dinheiro antecipado e 1 quilo de ouro na conclusão do lobby), os pastores exigiam de algumas prefeituras, como contrapartida da liberação de recursos, autorização para construção de igrejas nos municípios. Por ocasião da primeira matéria publicada sobre o tema, publicada por este noticioso, fizemos referência ao caso como “bando de pastores”. Não erramos!
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