Renault muda de ideia e suspende operações na Rússia após reação internacional

 
A montadora francesa Renault anunciou na noite de quarta-feira (23) que suspenderá as operações em sua fábrica de Moscou por causa da invasão russa à Ucrânia.

Após uma enxurrada de reações negativas ao redor do planeta, a Renault desistiu de reabrir sua fábrica em Moscou, como havia anunciado na última segunda-feira (21). fabricante de automóveis era uma das poucas empresas internacionais que haviam reiniciado suas operações na Rússia.

Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em discurso aos parlamentares franceses, pediu que a Renault e outras empresas francesas que operam na Rússia “parassem de ser patrocinadores da máquina de guerra russa”.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, também propôs um boicote global à Renault. Após a decisão da montadora de interromper a produção, Kuleba disse que a Renault havia tomado a decisão “responsável”.

O que disse a Renault?

A empresa divulgou um comunicado para informar que havia suspendido “as atividades em sua fábrica em Moscou”. A montadora acrescentou que estava analisando as “opções disponíveis” em relação à sua parceria com a maior empresa de automóveis da Rússia, a AvtoVAZ.

 
A Renault tem uma participação de 69% na AvtoVAZ, a principal montadora da Rússia, que detém as marcas Lada e Zhiguli, o que a deixa mais vulnerável ao mercado local do que outros concorrentes. A Rússia é responsável por 8% da receita da montadora francesa, de acordo com o Citibank.

Mais de 400 empresas, incluindo Apple, Coca-Cola e McDonald’s, reduziram ou interromperam suas operações na Rússia desde o início da guerra, de acordo com pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Outros fabricantes estrangeiros de automóveis, como a alemã Volkswagen e a japonesa Toyota, também suspenderam a produção e as exportações.

A Renault disse que, “considerando o ambiente atual”, estava procurando agir com responsabilidade em relação aos seus 45 mil funcionários na Rússia. A empresa também reduziu suas projeções financeiras e disse que estimava agora uma “margem operacional do grupo de cerca de 3%, contra pelo menos 4% anteriormente”.

Muitas empresas ocidentais que continuam a operar na Rússia estão sob crescente pressão para suspender suas atividades comerciais no país. Em um discurso transmitido a manifestantes na capital suíça de Berna na segunda-feira, Zelensky criticou a empresa suíça Nestlé por continuar operando na Rússia. A Nestlé rebateu dizendo que havia “reduzido significativamente” seus negócios lá, exceto em “produtos essenciais”.

O Kremlin ameaçou apreender e nacionalizar os ativos de empresas de propriedade estrangeira que não retomassem seus negócios na Rússia. (Com agências internacionais)

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