Bolsonaro retoma o discurso golpista, ataca a democracia e volta a desafiar ministros do TSE

 
Candidato à reeleição e em escancarada campanha, o presidente Jair Bolsonaro retomou os ataques ao Judiciário e as ameaças à democracia, como forma de mobilizar a porção mais radical dos seus apoiadores.

Nesta quarta-feira (3), durante discurso em Parnamirim (RN), Bolsonaro voltou a afirmar que os votos das eleições de outubro próximo serão contados, sem explicar como isso aconteceria, já que o voto impresso já foi derrubado pelo Congresso Nacional.

“O povo armado jamais será escravizado. E podem ter certeza que, por ocasião das eleições de 2022, os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos”, disse, em referência aos ministros Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE; Luiz Edson Fachin, o atual; e Alexandre de Moraes, que presidirá a Corte nas eleições.

“Defendemos a democracia, a liberdade e tudo faremos até com sacrifício da nossa vida para que esses direitos sejam relevantes e cumpridos pelo nosso país”, afirmou Bolsonaro, que está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-presidente Lula.

Bolsonaro voltou a dizer que a eleição presidencial será uma disputa “do bem contra o mal”, repetindo o que afirmou há dias. “Cada vez mais a população entende quem está do lado do bem e quem está do lado do mal. Não é de esquerda contra direita, é de bem contra o mal. E o bem sempre venceu. E o bem vencerá. O bem está ao lado da maioria da população brasileira.”

 
Jair Bolsonaro não tem moral para fazer tal declaração, pois o fato de ser refém do Centrão e estar filiado a um partido comandado pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto o iguala coloca em pé de igualdade ao que há de pior na política nacional

No discurso, o presidente afirmou que “pouquíssimas pessoas podem muito em Brasília, mas nenhuma delas pode tudo”. Tal declaração é uma ode à hipocrisia, já que Bolsonaro age como se estivesse acima da lei e de todos.

Aproveitando que nesta quinta-feira, 31 de março, o golpe militar de 1964 completa 58 anos, Bolsonaro fez um aceno à caserna. “Nós, militares, lá atrás juramos dar a nossa vida pela pátria e todos nós agora daremos a nossa vida pela nossa liberdade”.

Mais tarde, em evento na cidade piauiense Baixa Grande do Ribeiro, o chefe do Executivo voltou a fazer referência à contagem dos votos, em meio a declarações golpistas.

“Teremos sim eleições limpas por ocasião do mês de outubro do corrente ano. Não podemos admitir que três ou quatro pessoas definam ou decidam como venha ser essas eleições. A alma da democracia é o voto e a contagem dele faz parte dessa alma”, declarou.

Para quem diz defender a democracia e “jogar dentro das quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro se contradiz ao atacar o sistema eleitoral pelo qual ele os filhos foram eleitos, em alguns casos usando os mandatos para “rachadinhas” e outras transgressões.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.