Queiroga diz que não pode anunciar o fim da pandemia; “ômicron silenciosa” mostra que Covid-19 avança

 
Contrariando o presidente Jair Bolsonaro, o negacionista de plantão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (30) que não pode decretar o fim da pandemia, algo que compete, é importante ressaltar, à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Bolsonaro disse há dias que um estudo em andamento poderia decretar o fim da pandemia do novo coronavírus até 31 de março, mas o chefe do Executivo terá de lidar com mais uma contrariedade.

Por orientação de assessores palacianos e de integrantes de sua campanha à reeleição, que escandalosamente já está nas ruas, Bolsonaro deixou de criticar a vacinação contra Covid-19 e não mais afirma que a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2 e suas variantes é uma “gripezinha” ou coisa de “marica”. Com mais de 659 mil mortos por Covid-19 é difícil manter um discurso marcado por insanidade e torpeza.

Enquanto boa parte dos brasileiros acredita que a pandemia chegou ao seu final, a Covid-19 continua a fazer estragos mundo afora. Além disso, apesar da normalização existente por aqui, o número de mortes pela doença deve ser encarado com responsabilidade. Afinal, a perda de 200 a 300 vidas todos os dias é o mesmo que a queda de um avião comercial sem sobreviventes a cada 24 horas.

“Ômicron silenciosa”

Para se ter ideia da resistência do novo coronavírus, na Europa voltou a crescer o número de casos de Covid-19, provocados pela subvariante BA.2, também conhecida como “ômicron silenciosa”.

Na terça-feira (29), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informaram que aproximadamente 55% dos novos casos de Covid-19 no país são relacionados à subvariante BA.2.

 
Especialistas afirmam que a subvariante em questão, a “ômicron silenciosa”, está infectando mais pessoas atualmente devido ao relaxamento das medidas de proteção e contenção da pandemia em muitos países, como acontece no Brasil.

A situação mais preocupante acontece na China, mais precisamente em Xangai, onde autoridades locais decidiram confinar 25 milhões de pessoas devido ao aumento de casos de Covid-19. Os habitantes megalópole chinesa permanecerão em confinamento em duas fases durante nove dias, período em que as autoridades realizarão testes de Covid-19 em todos os cidadãos.

Um dos mais importantes centros financeiros da Ásia, Xangai enfrentou nova onda de infecções pelo coronavírus em fevereiro. Contudo, as autoridades chinesas preferiram não colocar toda a cidade em “lockdown” como forma de evitar mais reflexos na economia.

Porém, após o registro de 2,6 mil casos de Covid-19 no último sábado (26), maior número diário de infecções desde o início da pandemia, as autoridades de Xangai mudaram de ideia.

O número de casos registrado em Xangai não é alto se comparado aos de outros países. O Brasil registrou no último domingo (27), 10,2 mil novos casos da doença. A título de comparação, a última vez que o Brasil teve média móvel diária de casos abaixo de 2,7 mil foi em abril de 2020, ou seja, há dois anos. Em fevereiro de 2022, quando as infecções pela variante “ômicron” atingiram seu pico, o Brasil registrou média móvel diária de 189 mil casos.

O melhor que o brasileiro deve fazer é continuar se protegendo, evitar aglomerações e desconsiderar a liberação do uso de máscaras em locais fechados. Acreditar que pandemia está a um passo do fim e as medidas de proteção são inócuas cria um cenário que favorece o surgimento de novas mutações. E quem ainda insiste em não tomar vacina contra Covid-19, sugerimos que pense no próximo e reavalie a decisão.

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