Como antecipou o UCHO.INFO, a eventual desistência do governador do São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), de concorrer à Presidência da República significaria trair o vice Rodrigo Garcia, até então candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
Dória, que está isolado no PSDB, anunciou a aliados nesta quinta-feira (31) que não concorrerá ao Palácio do Planalto e que pode deixar o partido nas próximas horas. Esse anúncio pode ser uma estratégia para forçar a cúpula tucana a prestigiá-lo e manter sua candidatura à Presidência. Quem conhece o governador paulista sabe que isso é possível.
A grande questão é que ao desistir de participar da corrida presidencial, Dória permanecerá no cargo de governador, dificultando os planos de Garcia, que não aceita concorrer ao governo de São Paulo sem estar na cadeira de governador. Isso porque com a desincompatibilização de Dória, inicialmente marcada para esta quinta-feira, Garcia assumiria o posto.
Outro descontente com a decisão de João Dória é o apresentador José Luiz Datena, da Band, que por enquanto é candidato ao Senado pelo União Brasil. Datena diz que se o governador mantiver a decisão, passará de “traído a traidor’. Essa é uma referência à traição a Rodrigo Garcia.
Dividido e desmoronando, o PSDB errou lá atrás ao aceitar João Dória como integrante da legenda. Isso aconteceu por ocasião da disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2016. À época, afirmamos que não demoraria muito para o PSDB se arrepender da decisão.
Em matéria anterior, noticiamos que há dias, no pré-lançamento do documentário sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, caciques tucanos presentes ao evento diziam que Dória não seria candidato.
Empacado nas pesquisas eleitorais e com índice de reprovação elevado, João Dória não tem como decolar na condição de presidenciável. De tal modo, continuar à frente do Palácio dos Bandeirantes é o que lhe resta, pois a essa altura dos acontecimentos os partidos já estão com as chapas praticamente definidas.
Com esse cenário, a disputa pelo governo paulista torna-se mais favorável ao petista Fernando Haddad, que terá adversários como Tarcísio Gomes de Freitas, candidato do presidente da República. Ou seja, a polarização entre Lula e Bolsonaro se repetirá em São Paulo.
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