A devastadora incompetência do presidente Jair Bolsonaro já é de conhecimento de todos os brasileiros coerentes e de bom-senso. Contudo, o populismo barato do chefe do Executivo há muito vem deixando o País à beira do abismo.
Embalado pelo discurso criminoso de que poderá dar um golpe caso não saia vitorioso na próxima eleição presidencial, repetindo no Brasil o que Donald Trump patrocinou em Washington D.C. – leia-se invasão ao Capitólio – Bolsonaro prometeu há meses reajuste salarial para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Isso porque o presidente trabalha com a possibilidade de ter esses servidores ao seu lado em caso de um ataque à democracia.
Despreparado, como sempre afirmamos, Bolsonaro agora assiste a uma enxurrada de ameaças de greves por parte de servidores federais que porventura não sejam contemplados por reajustes salariais. Funcionários do Banco Central ameaçam cruzar os braços caso não tenham os salários reajustados. Além disso, os servidores do BC prometem paralisar o sistema de pagamento instantâneo PIX, o que levaria a um desastre nas mais diversas áreas.
O Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal) confirmou o início da greve da categoria na próxima sexta-feira (1º), não sem antes ressaltar que o movimento pode ser mais severo, caso o governo publique medida provisória com o reajuste dos salários dos policiais federais, deixando de fora os servidores do BC.
De acordo com o Sinal, uma greve mais robusta poderia interromper, total ou parcialmente, o sistema PIX, como citado acima, a distribuição de cédulas e moedas, as operações de mercado aberto, a divulgação do Boletim Focus e de “diversas taxas” e o funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
“Há um alto risco de ser publicada, até 2/4/2022, a Medida Provisória com o reajuste dos Policiais Federais. Se os Técnicos e Analistas do BC não estiverem nessa Medida Provisória, a greve será ainda mais forte e poderá interromper, total ou parcialmente, o Pix, a distribuição de moedas e cédulas, a divulgação do boletim Focus e de diversas Taxas, o funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), a mesa de operações do Demab e outras atividades”, disse o presidente do Sinal, Fábio Faiad, em nota.
Os servidores do Tesouro Nacional aprovaram a paralisação das atividades nas próximas sexta-feira (1) e terça-feira (5). Na terça-feira será realizada uma assembleia geral extraordinária para discutir a possibilidade de greve. A principal demanda do setor é um reajuste de 21% dos salários, índice que equivale ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado desde janeiro de 2019.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também se manifestou formalmente sobre a reestruturação de carreiras e recomposição salarial no serviço público federal. A presidente do TCU, ministra Ana Arraes, informou na sessão plenária desta quarta-feira (30) ter cobrado da Casa Civil e do Ministério da Economia a reestruturação das carreiras dos servidores do tribunal na hipótese de o governo conceder reajuste salarial a outras categorias.
Vice-presidente do TCU, o ministro Bruno Dantas endossou o discurso de Arraes. “É um legítimo pleito de todos aqueles que integram carreiras típicas de estado, que não podem ser preteridos caso o governo envie ao congresso projetos de lei e reestruturação a alguma delas”, afirmou Dantas.
Os peritos médicos do INSS iniciaram nesta quarta-feira (30) greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam recomposição salarial de quase 20%, como forma de repor a inflação acumulada nos últimos três anos, melhorias no plano de carreira e realização de concurso para a contratação de novos profissionais.
Ao longo da campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO alertou para o perigo que a eleição de Jair Bolsonaro representaria ao País. O tempo passou e o nosso alerta se confirmou, assim como mantemos a nossa posição em relação a um presidente que acredita ser possível governar com blasfêmias, bazófias e constantes ameaças à democracia, ao Estado de Direito e às instituições. Não foi por falta de aviso!
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.