Bolsonaro defende mais uma vez o golpe militar de 64 e retoma ataques aos ministros do Supremo

 
Que o presidente Jair Bolsonaro sempre foi um projeto mal-acabado de golpista que defende o golpe militar de 1964 e um devoto incorrigível de ditadores e torturadores todo brasileiro coerente já sabia. O perigo está no fato de o presidente, com a proximidade das eleições, decidir dar um “cavalo de pau” na democracia, algo que há muito tempo é alvo de nossas matérias.

Nesta quinta-feira, 31 de março, Bolsonaro aproveitou a data para defender a ditadura militar que governo o Brasil de 1964 a 1985. Foram duas décadas de autoritarismo, supressão de direitos e da liberdade, barbáries, perseguições, mortes e desaparecimento de opositores do regime.

Em evento no Palácio do Planalto para marcar a saída de integrantes do governo que disputarão as eleições de outubro próximo, Bolsonaro não perdeu a oportunidade para mais uma vez distorcer a história, afirmando que não houve golpe.

“Hoje, 31 de março. O que aconteceu em 31? Nada. A história não registra nenhum presidente da República tendo perdido o seu mandato nesse dia. Por que então a mentira? A quem ela se presta?”, disse Bolsonaro, ao abrir um discurso que causou engulho.

Na sequência, novamente distorcendo a história e omitindo fatos, o presidente disse que à época todos tinham o direito de ir e vir, o que não é verdade. Quem viveu a ditadura sabe que Bolsonaro mente de forma escandalosa, algo que faz para incensar sua base de apoiadores.

“Todos aqui tinham direito, deputado Daniel Silveira, de ir e vir, de sair do Brasil, de trabalhar, de constituir família, de estudar, como muitos aqui estudaram naquela época”, continuou.

“Quem esteve no governo naquela época fez a sua parte. O que seria do Brasil sem obras do governo militar? Não seria nada, seríamos uma republiqueta”, completou.

 
Jair Bolsonaro tem razão ao afirmar que “quem esteve no governo naquela época fez a sua parte”. O projeto era eliminar os adversários e promover uma barbárie sem precedentes no País. Se matar adversários e desparecer com os corpos das vítimas era a missão da ditadura, como de fato foi, todos fizeram a ‘lição de casa”, mas continuam e sempre serão facínoras.

Bolsonaro aproveitou o discurso para retomar os ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ao cumprir a lei e a Constituição tem imposto seguidas derrotas ao bolsonarismo, movimento que tenta levar o Brasil ao retrocesso e ao obscurantismo.

Sem citar nomes, o presidente da República afirmou que há “poucos inimigos” no Brasil e que eles habitam a “região dos Três Poderes”. “Temos inimigos, sim. São poucos inimigos de todos nós aqui no Brasil, poucos, e habitam essa região dos três Poderes. Esses poucos podem muito, mas não podem tudo”, declarou.

Nesse exato trecho do discurso, Bolsonaro se exaltou e mandou aqueles que não têm “ideias” para o País calarem a boca e vestirem a toga “sem encher o saco”.

“Nós aqui temos tudo para sermos uma grande nação, para sermos exemplo para o mundo. O que que falta? Que alguns poucos não nos atrapalhem. Se não tem ideias, cale a boca! Bota a tua toga e fica aí sem encher o saco dos outros! Como atrapalham o Brasil!”, atacou Bolsonaro.

Bolsonaro é um delinquente intelectual conhecido e covarde contumaz, como já diziam os generais da ditadura, que usa o ziguezaguear discursivo para atacar aqueles que considera adversários. É um borra-botas de longa data.

Sem citar o nome da ministra Rosa Weber, do STF, o chefe do Executivo criticou a decisão da magistrada que negou o arquivamento do inquérito que investiga se o ele cometeu crime de prevaricação no caso da negociação da vacina Covaxin.

“Agora, esses dias, a PF diz que não tenho nada a ver e nem a Saúde com uma vacina que não foi comprada, que não foi gasto um real, mas uma ministra [disse]: ‘Não, eu não vou arquivar. Isso é passível de detenção do presidente’. O que essas pessoas querem? O que que têm na cabeça? No que essas pessoas ajudam o Brasil?”, esbravejou.

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