Bolsonaro ataca jornalistas mais uma vez e defende compra superfaturada de ônibus escolares

 
Populista e sempre flanado entre as nuvens da mitomania, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, há dias, que após três anos e três meses não foi constatado um só caso de corrupção no governo. Desde o primeiro dia do mandato de Bolsonaro, o UCHO.INFO afirma que há, sim, casos de corrupção no governo.

Enquanto a corrupção corria solta nos subterrâneos da mineração, sem que a sociedade percebesse a ação dos saltimbancos, escândalos aconteciam em vários setores do governo, como, por exemplo, meio ambiente, saúde e educação. A mais nova epopeia bandoleira do governo Bolsonaro tem o Ministério da Educação como tablado.

Com o consentimento do presidente da República e do então ministro Milton Ribeiro, pastores evangélicos, com livre trânsito no Palácio do Planalto, montaram um balcão de negócios onde pedidos de propina eram feitos de forma descarada para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ribeiro disse, durante reunião gravada com prefeitos e líderes religiosos, que priorizava os pleitos do pastor Gilmar Silva dos Santos a pedido de Bolsonaro.

Ribeiro, que confirmou tal declaração em depoimento à Polícia Federal, se recusou a participar de audiência na Comissão de Educação do Senado, onde cresce a possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os envolvidos no esquema criminoso que também contava com a ousadia do pastor Arilton Moura.

Como se fosse um sumidouro por onde desaparece o dinheiro público, o Ministério da Educação foi novamente palco de outra investida criminosa. Desta vez, os alarifes tentaram comprar 3.850 ônibus escolares rurais com sobrepreço de R$ 732 milhões. O caso foi revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

 
Após a denúncia e recomendações de órgãos técnicos do governo, o presidente fez-se de desentendido e determinou a redução do valor máximo do pregão eletrônico. A concorrência foi concretizada, como redução de R$ 500 milhões, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão da compra até que os fatos sejam esclarecidos.

O FNDE é presidido por Marcelo Ponte, indicado ao cargo pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos próceres do Centrão, o que há de pior na política nacional. Na verdade, o Centrão assumiu o controle do governo, cabendo a Bolsonaro fazer o pífio papel de fantoche.

Nesta quinta-feira (7), em sua enfadonha live semanal, Jair Bolsonaro atacou a imprensa e os jornalistas que revelaram o escândalo, alegando que era preciso deixar a licitação seguir adiante, mesmo constatada a tentativa de surrupiar o suado dinheiro do contribuinte.

“‘Ah, é fruto do jornalismo investigativo’. Investigativo pipoca nenhuma, rapaz. Bando de sem-vergonha, jornalistas. Não investigam nada”, afirmou o presidente que enquanto candidato prometeu combater a corrupção e acabar com o “toma lá, dá cá”, não sem antes demonizar o Centrão.

Não por acaso, ainda na pasta da Educação, dois diretores do FNDE, adquiriram carros de luxo após assumirem os respectivos cargos. Apesar de receberem salários de pouco mais de R$ 10 mil mensais, Garigham Amarante e Gabriel Vilar compraram veículos utilitários esportivos (SUVs, na sigla em inglês) zero quilômetro avaliados em R$ 330 mil e R$ 250 mil, respectivamente.

Em qualquer país minimante sério, não é o caso do Brasil, o governo Bolsonaro já teria caído e os corruptos estariam presos. Como por aqui impera a lei do “faz de conta” e as autoridades muitas vezes fingem ignorar suas atribuições e responsabilidades, o banditismo político grassa por toda parte.

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