O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (7) a juíza Ketanji Brown Jackson, de 51 anos, como magistrada da Suprema Corte, tornando-a a primeira mulher negra a ocupar o cargo na mais alta instância do Judiciário norte-americano em 232 anos de história.
O resultado marca, também, uma vitória pessoal e política para o presidente dos EUA, Joe Biden, que a indicou para o cargo e havia prometido durante a campanha eleitoral de 2020 que, se ganhasse, nomearia uma mulher afro-americana para a Suprema Corte.
“Demos mais um passo para fazer com que nosso mais alto tribunal reflita a diversidade da América”, escreveu Biden no Twitter.
Jackson foi confirmada em uma votação histórica, por 53 votos a favor e 47 contrários, resultado que foi aplaudido de pé por grande parte dos membros do Senado americano. Todos os 50 senadores democratas votaram a favor, além de três republicanos – Susan Collins, Lisa Murkowski e Mitt Romney.
Antes da votação final confirmar Jackson para o cargo vitalício, o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, elogiou a natureza histórica da votação e o impacto que terá no país.
“Este é um dia maravilhoso, um dia alegre e um dia inspirador, para o Senado, para o Supremo Tribunal e para os Estados Unidos da América. Hoje estamos aqui para votar para confirmar a juíza Ketanji Brown Jackson como a 116ª juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos”, disse Schumer antes da contagem dos votos.
Já o presidente da sessão, o senador negro Cory Booker, fez um discurso emocionado. Ele criticou os republicanos que tentaram colocar obstáculos para barrar Jackson.
“Ninguém vai roubar a minha alegria”, declarou Booker.
Elogios à carreira
Desde o ano passado, Jackson é juíza da Corte de Apelações do Distrito de Columbia. Vários especialistas jurídicos têm elogiado a carreira da juíza, com um grupo de advogados de alto escalão expressando que a magistrada tem uma reputação “excelente”, competência “excepcional” e que está bem qualificada a ocupar uma cadeira no Suprema Corte dos EUA.
Apesar da confirmação, Jackson só tomará posse quando o juiz Stephen Breyer se aposentar, o que deverá acontecer entre junho e julho deste ano.
A Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana, é convocada de forma regular para decidir sobre temas ideologicamente muito sensíveis no país, como aborto, pena de morte, casamento homoafetivo e porte de armas de fogo.
Das 115 pessoas que já serviram na Suprema Corte desde a sua fundação, em 1789, todos, exceto três, eram brancos.
Apenas dois negros, ambos homens, foram indicados para o tribunal: Clarence Thomas, nomeado em 1991 e ainda servindo, e Thurgood Marshall, que se aposentou em 1991 e morreu em 1993.
A atual juíza Sonia Sotomayor é a única de origem hispânica na história. Jackson se tornará a sexta mulher a ocupar um cargo na Corte e, pela primeira vez, entre os nove membros da Corte, quatro juízas servirão juntas. (Com agências internacionais)
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