O navio mais importante da Marinha russa no Mar Negro, o cruzador de mísseis Moskva, localizado no sul da Ucrânia, foi “seriamente danificado” após uma explosão a bordo, informou nesta quinta-feira (14) a mídia estatal da Rússia, sem identificar o incidente como um ataque. Segundo Kiev, a explosão foi causada por mísseis lançados pelas forças ucranianas.
“Como resultado de um incêndio, munição foi detonada no cruzador de mísseis Moskva. O navio foi seriamente danificado”, afirmou o Ministério da Defesa russo, acrescentando que a causa do incêndio está sendo determinada e que a tripulação precisou ser retirada da embarcação.
Após o anúncio de que o navio estava sendo rebocado, o Ministério da Defesa da Rússia admitiu que o Moskva afundou durante a operação de resgate da embarcação em meio ao mar agitado.
Há uma guerra de narrativas entre Moscou e Kiev, o que dificulta a confirmação das informações de forma independente, mas não se deve descartar o naufrágio da embarcação, que carregava 500 tripulantes e mísseis de longo alcance (700 km).
De qualquer maneira, a perda da embarcação é um enorme revés para a Rússia, já que suas tropas se preparam para uma nova investida no Leste, depois de se retirarem de grande parte do norte, incluindo a capital Kiev.
Mais cedo, o governador de Odessa, na Ucrânia, dissera que forças ucranianas atingiram o Moskva com mísseis. “Mísseis Netuno protegendo o Mar Negro causaram danos muito sérios ao navio russo. Glória à Ucrânia!”, escreveu o governador Maksym Marchenko no Telegram.
Um porta-voz da administração militar de Odessa, Serguei Bratchuk, também disse no Telegram que, “de acordo com os dados disponíveis, a causa dos ‘danos graves’ foram os mísseis de cruzeiro domésticos ‘Netuno’“.
Já o conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych afirmou apenas que “uma surpresa aconteceu” com o Moskva. “Ele queima fortemente. Agora mesmo. E com este mar tempestuoso, não se sabe se eles poderão receber ajuda”, declarou em uma transmissão no YouTube.
O naufrágio do cruzador de mísseis seria um grande golpe para a Rússia, depois de o porta-tanques Orsk ter sido atingido e incendiado em um ataque em Berdyansk, no Mar de Azov, no final de março.
A Marinha russa tem lançado mísseis de cruzeiro na Ucrânia, e suas atividades no Mar Negro são cruciais para apoiar as operações em terra no sul do país, onde luta para assumir o controle total do porto de Mariupol.
Navio da era soviética
O Moskva foi originalmente construído na era soviética em Mykolaiv, na Ucrânia, e entrou em serviço no início dos anos 1980, segundo a imprensa russa. Com tripulação de cerca de 500 pessoas, como já mencionado, a embarcação foi anteriormente utilizada na guerra da Síria, onde serviu como proteção naval para a base aérea de Hmeimim das forças russas.
O cruzador de mísseis carrega 16 mísseis antinavio P-1000 Vulkan, bem como uma série de armas antissubmarino e outros tipos de armas, segundo relatos.
O Moskva ganhou notoriedade no início da guerra na Ucrânia quando exigiu a rendição das tropas de fronteira ucranianas que defendiam a estratégica Ilha das Serpentes, mas estas se recusaram desafiadoramente.
Acreditava-se inicialmente que os soldados em questão haviam sido mortos, mas na verdade foram capturados. Eles foram libertados como parte de uma troca de prisioneiros com a Rússia no final de março, segundo o Parlamento ucraniano.
A encarregada de direitos humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse que os soldados descreveram ter sido levados para um local desconhecido, onde foram mantidos em condições de baixíssimas temperaturas. (Com agências internacionais)
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