Banco Central dos EUA decide elevar taxa básica de juro; aumento é o maior em 22 anos

 
O Federal Reserve (Banco Central norte-americano) decidiu nesta quarta-feira (4) elevar a taxa básica de juro do país em 0,5 ponto percentual, para uma faixa de 0,75% a 1%. É o maior aumento desde 2000 e constitui uma clara tentativa de combater a alta nos preços.

A inflação nos EUA está aumentando em um ritmo que não era registrado há 40 anos, e mais altas da taxa básica de juros são esperadas nos próximos meses.

“É essencial que baixemos a inflação”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista à imprensa. Ele afirmou que mais aumentos de 0,5 ponto percentual na taxa de juro estariam “sobre a mesa nas próximas reuniões”, mas que um aumento de 0,75 ponto não está sendo considerado.

As ações americanas subiram acentuadamente após os comentários de Powell, com o S&P 500, índice de 500 ações negociadas em bolsas de Nova York, saltando 1,7%.

A atual taxa básica de juros dos EUA, de 0,75% a 1%, é a mais alta desde o início da pandemia de Covid-19.

 
Plano de vender títulos

O Fed também anunciou planos de reduzir seu balanço patrimonial de US$ 9 trilhões (R$ 44,1 trilhões) para lidar com o rápido aumento dos preços. Em outras palavras, pretende começar a vender títulos do governo e outros ativos que comprou no passado para estimular a inflação e o crescimento.

Uma declaração do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Fed observou o impacto “altamente incerto” de fatores externos como a invasão russa à Ucrânia, que estão “criando pressão adicional para cima sobre a inflação e que provavelmente pesarão sobre a atividade econômica”.

“Os bloqueios relacionados à Covid na China provavelmente acentuarão disrupções na cadeia de abastecimento”, o que poderia também aumentar a inflação, disse o FOMC.

Os bancos centrais de vários países estão aumentando os custos dos empréstimos em um esforço para amortecer o impacto da inflação. Contudo, há preocupações de que tais iniciativas possam dificultar o crescimento econômico e até mesmo empurrar grandes economias para a recessão.

Os preços estão subindo em um momento em que muitos países, ainda cambaleando devido à pandemia, enfrentam pressões adicionais devido às interrupções na cadeia de fornecimento causadas pela guerra na Ucrânia. (Com agências internacionais)