O Brasil está mergulhado na crise, mas o golpista Bolsonaro prefere polemizar com Anitta e DiCaprio

 
O brasileiro de bem e defensor da democracia que se prepare, pois o cenário político permite concluir que o presidente Jair Bolsonaro radicalizará ainda mais os discursos e as decisões diante da possibilidade de derrota nas urnas.

Desde 2018, o UCHO.INFO afirma que em algum momento Bolsonaro daria um “cavalo de pau” na democracia, mas até então éramos voz solitária. Agora, com o recrudescimento das ameaças à democracia, ao sistema eleitoral e aos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), a grande imprensa passou a considerar a possibilidade de um golpe.

Em deliberada e ilegal campanha financiada com o suado dinheiro do contribuinte, Bolsonaro tem se preocupado com influenciadores digitais que nas redes sociais incentivaram os jovens de 16 anos ou mais a tirarem o título de eleitor.

Como se o Brasil não tivesse graves problemas a serem solucionados, Bolsonaro, que está em campanha desde a eleição de 2018, tem demonstrado sua preocupação em relação ao tema com críticas à cantora Anitta e ao ator americano Leonardo DiCaprio.

Há dias, Anitta decidiu boquear o presidente da República no Twitter após Bolsonaro responder a uma publicação sua na plataforma. Ao participar do festival Coachella, a cantora usou um figurino nas cores verde e amarela e, na sequência, escreveu que a bandeira do Brasil é de todos os brasileiros, não uma exclusividade de determinado grupo.

Bolsonaro quis aproveitar a publicação de Anitta para gerar engajamento em sua conta no Twitter, mas acabou bloqueado. “Nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser convertida em forma de deboche pelas mídias sociais dele. Assim, o artista vira o chato e ele o cara bacana que leva tudo numa boa”, escreveu a cantora. “Aquela sensação de: queria ser amigo dele… logo, você votaria no seu amigo gente boa. E por aí vai a estratégia. Já passa a ser mídia boa quando você cita o nome dele, não faz diferença se você citou de forma negativa ou positiva”, completou.

Na terça-feira (3), Bolsonaro demonstrou incômodo com publicação do ator americano incentivando os jovens brasileiros a tirarem o título eleitoral. Aos apoiadores que diariamente se aglomeram no “cercadinho” do Palácio da Alvorada, presidente disse “é bom o DiCaprio ficar de boca fechada”.

 
“O DiCaprio tem que saber que a própria presidente da OMC falou que, sem o agronegócio brasileiro, o mundo passa fome. Então, é bom o DiCaprio ficar de boca fechada aí ao invés de ficar falando besteira por aí”, afirmou Bolsonaro, que, é importante destacar, criticou o ator com alegações sem qualquer relação com o tema do embate. Ou seja, sentiu o golpe.

Nesta quarta-feira (4), Anitta escreveu no Twitter: “Ontem eu passei horas com o Leonardo DiCaprio falando sobre a importância dos jovens tirarem seu título de eleitor. Está na reta final”.

Em seguida, Bolsonaro, usando uma imagem da publicação da cantora, respondeu: “Fico feliz que tenha falado com um ator de Hollywood, Anitta, é o sonho de todo adolescente. Eu converso com milhares de brasileiros todos os dias. Não são famosos, mas são a bússola para nossas decisões, pois ninguém defende e sabe mais sobre o Brasil do que seu próprio povo”.

O presidente continuou avançou na resposta e relacionou o poder do voto com o fato de assumir responsabilidades em crimes. “Que bom que concordam comigo sobre incluir os jovens nas decisões dos rumos do país. Certamente também concordam que aqueles que escolhem o caminho do mal, do homicídio, do estupro, também são maduros para responder pelos seus atos. Grandes poderes, grandes responsabilidades”, seguiu na publicação.

Jair Bolsonaro é delinquente intelectual que chafurda na vala do autoritarismo, por isso é importante que a sociedade se mobilize para evitar o pior. O presidente não apenas desconhece a realidade da população, mas toma decisões que privilegia aqueles que gravitam na sua órbita com bajulações nauseantes.

Em vez de perder tempo com respostas pífias nas redes sociais, Bolsonaro deveria explicar aos brasileiros como seu filho conseguiu comprar uma mansão em Brasília por um valor que não condiz com o seu patrimônio nem com o salário de senador da República. Se esse for um assunto espinhoso para o presidente, que ele explique como o ex-ministro Milton Ribeiro está a custear os advogados que o defendem no escândalo do “gabinete dos pastores”.

Sobre assumir a responsabilidade no âmbito criminal, Bolsonaro poderia convencer os filhos a fazerem o mesmo no caso das “rachadinhas”. Talvez representasse ato de coragem e coerência de um embusteiro conhecido.