O desespero avança cada vez mais sobre o núcleo duro do Palácio do Planalto, agora preocupado com a possibilidade de Jair Bolsonaro ser derrotado no primeiro turno da corrida presidencial de outubro. É o que temos noticiado ao longo dos últimos meses, enquanto a súcia bolsonarista ameaça paralisar o País.
Preocupados com os efeitos dos preços dos combustíveis no projeto de reeleição de Bolsonaro, assessores palacianos deram um ultimado ao ainda ministro Paulo Gudes (Economia), para que encontre uma solução para o problema em no máximo duas semanas. Do contrário, a derrocada será inevitável, como mostram as pesquisas eleitorais.
Bolsonaro tenta costurar com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, respectivamente, um acordo para tentar reduzir os preços dos combustíveis. A proposta consiste em zerar a alíquota de ICMS incidente sobre o diesel e o gás de cozinha, com compensação aos governos estaduais. A medida valeria até o final do ano, como forma de beneficiar Bolsonaro na tentativa de reeleição, e custaria aos cofres federais a bagatela de R$ 50 bilhões.
Bolsonaro afirmou também que o governo reduzirá a zero os tributos federais que incidem sobre a gasolina e o etanol, medida que visa reduzir a inflação oficial, atualmente na casa de dois dígitos. Isso tem impactado os preços dos alimentos e levado o cidadão ao campo da desesperança.
O plano do governo, que ainda não revelou a fonte de financiamento desse escárnio oficial, é reduzir os preços dos combustíveis à base da “canetada”, impondo à população o custo bilionário de um plano de reeleição de alguém que diariamente flerta com o golpe. O Palácio do Planalto trabalha com a possibilidade de usar recursos da privatização da Eletrobras para ressarcir os estados, mas tal estratégia não passa de irresponsável antecipação dos fatos.
Analistas avaliam que a proposta do governo Bolsonaro não garante a redução dos preços dos combustíveis, podendo, inclusive, ter um efeito reverso, a depender de como e quando o plano será colocado em prática. Isso porque os preços do petróleo no mercado internacional estão nas alturas, mesmo com a decisão de países com grandes reservas petrolíferas de aumentar a produção, compensando os efeitos da guerra na Ucrânia.
Tomando por base que um eventual acordo de paz entre Ucrânia e Rússia está longe de acontecer e sequer aprece no horizonte, cenário que pode durar mais algumas semanas, talvez meses, o preço do petróleo no mercado internacional deve permanecer em patamares elevados. Isso significa que Bolsonaro está disposto a mandar até R$ 50 bilhões pelos ares para tentar melhorar sua performance nas pesquisas eleitorais.
Para se ter ideia da fragilidade da proposta do governo, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgou nesta terça-feira (7) dados que mostram que os preços praticados pelas refinarias da Petrobras estão com defasagem média de 15% para a gasolina e de 13% para o diesel, se comparados com os valores de referência no mercado internacional.
Às 13h47 desta terça-feira, horário do fechamento desta matéria, o barril do petróleo tipo Brent era comercializado a US$ 120,29, ou seja, em nome de um projeto de reeleição Bolsonaro quer torrar o dinheiro do contribuinte e sangrar os cofres da Petrobras. Que ninguém venha contra o UCHO.INFO carregando o discurso de que o Petrolão foi criminoso, pois o escândalo só foi descoberto depois de nossas inúmeras denúncias.
Melhor seria se o governo subsidiasse os preços dos combustíveis com os recursos que recebe da Petrobras em forma de dividendos, royalties e tributos. Nos últimos três anos, a Petrobras despejou nos cofres da União nada menos do que R$ 450 bilhões, aproximadamente. Uma alternativa seria cobrar de Paulo Guedes uma política econômica com doses rasas de eficácia, mas falta coragem para tanto. Em suma, Bolsonaro é o típico alarife acostumado a fazer cortesia com o chapéu alheio.
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