Premiê de Israel decide dissolver o Parlamento e convocar nova eleição, a quinta em três anos e meio

 
Apenas um ano após a formação de histórica coalizão, o governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, anunciou nesta segunda-feira (20) que pretende dissolver o Knesset (Parlamento israelense) e convocar eleições antecipadas.

Bennett e seu parceiro de governo, Yair Lapid, atual ministro das Relações Exteriores, devem colocar em votação na próxima semana uma lei para dissolver o Parlamento.

“Após se esgotarem todas as tentativas de estabilizar a coalizão, o primeiro-ministro Naftali Bennett e Yair Lapid decidiram levar à votação a lei [de dissolução do Parlamento] no Knesset na próxima semana”, afirmaram em comunicado.

Lapid assumirá a chefia interina do governo até que uma nova administração seja formada. A nova eleição, a quinta em três anos e meio, deve ocorrer em outubro.

Em entrevista coletiva, Bennett prometeu uma transição ordenada e disse que a decisão de dissolver o governo não foi fácil, mas seria o certo a se fazer por Israel.

 
Yair Lapid, por sua vez, agradeceu Bennett, afirmando que o primeiro-ministro colocou o país à frente de seus interesses pessoais.

“Mesmo se formos às eleições em alguns meses, nossos desafios como Estado não podem esperar”, disse Lapid. “Precisamos enfrentar o custo de vida, fazer a campanha contra o Irã, o Hamas e o Hezbollah e enfrentar as forças que ameaçam transformar Israel em um país não democrático”, disse Lapid.

Coalização multipartidária

Com o objetivo de pôr fim a doze anos consecutivos do então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no poder, Bennett e Lapid formaram, em junho de 2021, uma coalizão única em Israel, a mais diversa da história do país, composta por oito partidos de todo o espectro político – da direita ultranacionalista à esquerda pacifista, incluindo, pela primeira vez, um partido árabe.

O acordo de coalizão previa uma rotação no cargo de primeiro-ministro: Bennett deveria permanecer até agosto de 2023, sendo substituído nos dois anos seguintes por Lapid, líder do segundo maior partido de Israel, o centrista Yesh Atid.

Sucessão de crises

O governo de coalizão completou seu primeiro aniversário em 13 de junho deste ano, tendo vivido uma sucessão de crises. Isso ocorreu sobretudo a partir de abril, quando perdeu sua pequena maioria de 61 dos 120 assentos, após a deserção de Idit Silman, deputada pelo partido Yamina, o mesmo de Bennett.

As tensões entre israelenses e palestinos também colocaram a coalizão à prova. Após confrontos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, o partido árabe Ra’am ameaçou retirar-se da coalizão se o governo continuasse reprimindo os manifestantes palestinos. (Com agências internacionais)


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