Desesperado, Bolsonaro compara o presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, ao petista Lula

 
Ainda sem parabenizar o presidente eleito da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro, o presidente Jair Bolsonaro criticou na segunda-feira (20) o discurso do futuro líder colombiano e aproveitou para compará-lo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seu discurso de vitória, Petro defendeu a libertação de jovens que foram detidos durante uma onda de protestos no ano passado. As manifestações eclodiram após uma proposta de reforma tributária e passaram a exigir melhores condições de vida para a população e uma distribuição de renda mais justa. Mais de 60 pessoas morreram nos protestos, sendo que 59 eram civis. A violência das forças de segurança contra os manifestantes foi alvo de críticas internacionais.

“Quanta gente morreu, quanta gente está presa hoje, quantos jovens algemados, tratados como bandidos só porque tinham esperança, só porque tinham amor. Peço ao procurador-geral da nação que liberte a nossa juventude”, disse Petro após sua vitória.

Em uma conversa com apoiadores, Bolsonaro generalizou a fala de Petro e alegou que Lula faria igual se fosse eleito, remetendo a uma declaração do ex-presidente que tem sido propagada por bolsonaristas.

“Vocês viram o discurso de hoje do novo presidente da Colômbia? ‘Soltar todos os meninos presos, todos’. O Lula vai soltar os menininhos que mataram alguém por um celular para tomar uma cerveja”, disse Bolsonaro.

Declarações de Lula

Bolsonaro fez referência a duas falas de Lula. Numa delas, que foi editada e circula em redes bolsonaristas, o ex-presidente supostamente defendia “tomar uma cerveja” com ladrões de celulares – o que não é verdade.

Na outra, de 2018, Lula afirmou: “Não posso ver o aumento do número de gente dormindo na rua. Não posso ver o aumento do número de mulheres jovens vendendo o corpo em troca de um prato de comida. Não posso ver mais jovem de 14 e 15 anos assaltando e sendo violentado, sendo assassinado pela polícia, às vezes inocente ou porque roubou um celular.”

 
Sem dar parabéns

Bolsonaro é um dos poucos líderes globais que ainda não parabenizou Petro pela vitória. Ao ser questionado por apoiadores sobre a eleição na Colômbia, o presidente se confundiu e disse que Petro foi um “ex-guerrilheiro do MIR” – um grupo do Chile. Petro, no entanto, fez parte do M-19, uma organização de guerrilha urbana colombiana.

Ao evitar parabenizar o presidente eleito e apenas fazer críticas, Bolsonaro segue a tática que adotou após a eleição de candidatos de esquerda na Argentina, Alberto Fernández, e no Chile, Gabriel Boric.

Desespero

O desespero de Jair Bolsonaro diante de um projeto de reeleição que desmorona com o passar dos dias é tamanho, que o chefe do Executivo federal recorre a líderes de outras nações para atacar seu principal adversário na corrida presidencial.

Com a política econômica afetando a vida de todos os brasileiros, sem exceção, em especial os mais pobres, Bolsonaro enfrentará monumental dificuldade na sua tentativa de conquistar novo mandato.

Em cima do palanque desde que saiu vitorioso da eleição de 2018, Bolsonaro não dedicou um só dia do mandato para governar de fato. Prova disso é o descontrole da economia e o discurso de ódio fermentado por sua horda de apoiadores. (Com agências internacionais)


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