Enquanto Bolsonaro tenta aproveitar os efeitos da criminosa “PEC do Desespero”, litro de leite custa R$ 7,00

 
Flagrantemente inconstitucional, a Proposta de Emenda à Constituição que cria novos benefícios sociais e turbina outros já existentes, é um escárnio patrocinado pelo mais incompetente governo da história nacional. Desde o começo do governo de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, o UCHO.INFO cobra do ministro da economia, Paulo Guedes, uma política econômica com doses rasas de eficácia, algo que o tal “Posto Ipiranga” não conseguiu demonstrar até o momento.

Preocupado com um projeto de reeleição que derrete com o passar dos dias, Bolsonaro recorreu à “PEC do Desespero” como forma de tentar reverter os resultados das pesquisas eleitorais, que até o momento apontam para sua derrota na corrida presidencial de outubro.

O presidente da República recorreu aos elevados preços dos combustíveis para justificar a “PEC Kamikaze”, que, como afirmamos em diversas matérias anteriores, acionará uma bomba fiscal de efeito retardado, cujos estragos acabarão no bolso dos brasileiros mais pobres. Como a situação econômica do País é gravíssima, a saída foi recorrer abrir caminho para o populismo barato.

 
Bolsonaro atacou duramente a Petrobras, de quem o governo federal recebeu nos últimos três anos perto de R$ 450 bilhões em dividendos, royalties de petróleo e tributos, afirmando que o lucro da companhia é um “estupro”.

O chefe do Executivo fala para uma massa de ignaros, a mesma que sustenta sua base de apoio, que faz eco aos absurdos diários que descem a rampa do Palácio do Planalto. Querer transferir aos preços dos combustíveis a disparada da inflação é no mínimo decisão de covarde, que não consegue fazer um “mea culpa”, reconhecendo que a política econômica conduzida por Guedes é um enorme desastre.

Enquanto Bolsonaro atua nos bastidores do Congresso, comprando parlamentares, para reduzir a fórceps os preços dos combustíveis, sem se preocupar com os prejuízos que os estados acumularão nos próximos meses com a redução de ICMS, o preço de um litro de leite está custando em média R$ 7,00.

 
Em outro vértice do polígono da tragédia socioeconômica, que já abriga mais de 30 milhões de famintos e 40 milhões de trabalhadores na informalidade, brasileiros endividados agora renegociam dívidas decorrentes de serviços básicos, como água e luz. Essa é a forma que o brasileiro encontrou para driblar a miséria e a fome – deixa de pagar contas de água e luz para ter o que comer.

Com o litro de leite custando R$ 7,00 – em algumas cidades o preço passa de R$ 8,00 – fica evidente que a crise é muito maior do que se imagina e ultrapassa as fronteiras dos combustíveis. Bolsonaro, temendo uma greve de caminhoneiros, criou um “vale-diesel” no valor de R$ 1 mil, devidamente embutido na ‘PEC do Desespero”. Para que os leitores consigam avaliar a ineficácia da medida, para encher com diesel o tanque de uma picape que roda tanto na cidade quanto no campo o proprietário desembolsa atualmente R$ 800. Ou seja, um “vale-diesel” de R$ 1 mil é um deboche com os caminhoneiros.

Em outro ponto, a redução nos preços da gasolina gera uma economia que é suficiente para o dono de um automóvel comprar dois litros de leite. Os discursos descabidos e o linguajar chulo que Bolsonaro vem dedicando à Petrobras sequer passará perto do agronegócio, que, como se sabe, despejará muitos tostões na campanha à reeleição do golpista de plantão e adorador de torturadores. Isso aconteceu em 2018 e terá direito a bis nos próximos meses.


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