Irônica, defesa de Bolsonaro informa ao TSE que encontro com embaixadores foi “debate de ideias”

 
A desfaçatez do presidente Jair Bolsonaro ao negar o óbvio chega a provocar engulhos, algo que não espanta quem acompanha a trajetória política do chefe do Executivo federal. Depois de incansáveis ataques e ameaças à democracia e ao sistema eleitoral, Bolsonaro abusa da falsa inocência para escapar de consequências que podem atrapalhar seu projeto de reeleição.

A defesa de Bolsonaro informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (28), que o discurso do presidente da República durante encontro com diplomatas estrangeiros, em 18 de julho, não teve caráter eleitoral e que os ataques às urnas fazem parte de um “debate de ideias” para aprimorar o sistema de votação do país.

O sistema eleitoral que Bolsonaro quer supostamente aprimorar é o mesmo com que ele se elegeu diversas vezes à Câmara dos Deputados e à Presidência da República, assim como deu a seus filhos seguidos mandatos parlamentares.

Desde o início da campanha presidencial de 2018 até recentemente, o UCHO.INFO era voz isolada ao afirmar que a pretensão de Bolsonaro sempre foi dar um “cavalo de pau” na democracia.

 
À época das nossas primeiras afirmações a respeito do assunto, fomos covardemente atacados pelos apoiadores do então presidenciável do PSL, que agora ressurgem em cena por causa dos efeitos colaterais do movimento golpista que há muito é gestado no Palácio do Planalto. Jamais deixaremos de noticiar os fatos, pois nosso compromisso é com a verdade, goste ou não esse ou aquele governante.

Afirmar que o recorrente ataque às urnas configura “debate de ideias” é duvidar da capacidade de raciocínio até mesmo do menos dotado de massa cinzenta. Bolsonaro é um autoritário conhecido que não aceita o contraditório, por isso reage com truculência verbal. Ademais, quem usa dados falsos para atacar o sistema eleitoral não tem disposição para o “debate de ideias”.

Por ocasião do encontro com embaixadores, no Palácio da Alvorada, afirmamos que a imprensa oficial estava naquele momento noticiando que o evento serviria para “troca de ideias”. Bolsonaro resgatou a cantilena golpista e, sem apresentar provas, exibiu informações falsas sobre vulnerabilidade das urnas.

Para provar que a aludida “troca de ideias” não aconteceu, Bolsonaro falou o tempo todo, enquanto os diplomatas ouviam calados uma enxurrada de absurdos. Ao final de um discurso enfadonho e repetitivo, o presidente da República esperava aplausos, mas a plateia permaneceu imóvel e em silêncio. O evento teve uma repercussão negativa no âmbito internacional, alertando diversas democracias para um iminente golpe no Brasil.


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