Congresso e governo trabalham em conjunto para blindar Bolsonaro em caso de derrota nas urnas

 
Desde a primeira edição do UCHO.INFO insistimos na importância de a sociedade se interessar por temas políticos, o que permite acompanhar e fiscalizar o trabalho dos eleitos. Além disso, é primordial votar com consciência, escolhendo de maneira apurada os candidatos antes da eleição.

Nossa insistência se deve à necessidade de evitar o caos que se instalou no País por conta de políticos inescrupulosos que ousam falar em democracia. O atual cenário político, no âmbito federal, mostra de forma inequívoca que acompanhar a atuação de governantes e parlamentares é primordial.

Não bastasse o fato de ter sequestrado o criminoso orçamento secreto, maior esquema de corrupção da história nacional, o Centrão agora opera em conluio com o Palácio do Planalto para aprovar uma blindagem para o presidente Jair Bolsonaro, a ser acionada caso o atual chefe do Executivo não seja reeleito. O objetivo é evitar que Bolsonaro seja preso.

O Congresso Nacional prepara o terreno para beneficiar Bolsonaro com situação semelhante a do ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1915-2006), que conquistou o status de senador vitalício e evitou a prisão.

Enquanto a proposta avança nos bastidores do poder, Bolsonaro indicou para duas vagas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) Messod Azulay Neto, atual presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), e Paulo Sérgio Domingues, desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). As indicações, que ainda dependem de aprovação do Senado, foram publicadas na edição desta segunda-feira (1) do Diário Oficial da União.

 
A indicação de Domingues foi uma vitória do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ameaçou romper com Bolsonaro caso o desembargador Ney Bello, do TRF-1, fosse um dos indicados.

Ney Bello tinha o apoio do ministro Gilmar Mendes, do STF, além de contar com sinal positivo de alguns interlocutores do presidente da República, como o advogado Frederick Wassef, que representa a família Bolsonaro em diferentes demandas judiciais.

Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis o caso em questão seria motivo mais que suficiente para a abertura de processo de impeachment de Bolsonaro e Nunes Marques. Como o Brasil é o país do “faz de conta” e do compadrio escancarado, o escárnio ficará para as calendas. Aliás, no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), um dos próceres do Centrão, mais de 140 pedidos de impeachment contra Bolsonaro estão em compasso de espera.

A indicação de Messod Azulay Neto e Paulo Sérgio Domingues ao STF faz parte do projeto de blindagem que Bolsonaro busca a qualquer preço. Esse movimento denota que o presidente da República está preocupado não apenas com eventual derrota nas eleições de outubro, mas também e principalmente com a possibilidade de ser preso.


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