Ataque dos Estados Unidos em Cabul mata principal líder da Al-Qaeda

 
O principal líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri (à direita na foto), de 71 anos, foi morto em um ataque de drone dos Estados Unidos no Afeganistão, anunciou na noite desta segunda-feira (1) o presidente americano, Joe Biden. É o maior golpe para o grupo terrorista desde que seu fundador Osama bin Laden foi morto, em 2011.

“A justiça foi feita”, disse Biden. “Este líder terrorista não existe mais”, acrescentou.

Zawahiri, médico e cirurgião egípcio, ajudou a coordenar os ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas. Ele assumiu o controle da Al-Qaeda depois que bin Laden foi morto por forças especiais norte-americanas no Paquistão, em 2011.

Os EUA realizaram o ataque em Cabul no fim de semana, mas adiaram a divulgação das informações até que a morte pudesse ser confirmada. Biden disse que a operação de contraterrorismo foi “bem-sucedida” e que “não houve vítimas civis”.

A morte de Zawahiri em Cabul levanta questões sobre se o líder da Al-Qaeda estava recebendo refúgio do Talibã após a tomada da capital afegã, em agosto de 2021, quando as últimas tropas lideradas pelos EUA deixaram o país.

Em comunicado, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, confirmou que um ataque ocorreu e o condenou veementemente, chamando-o de violação de “princípios internacionais”.

 
Quem era Zawahiri

Ayman al-Zawahiri nasceu em 1951 em uma proeminente família de classe alta do Cairo. Quando adolescente, se juntou ao grupo radical Irmandade Muçulmana.

Em 1981, esteve entre centenas de militantes presos e acusados de envolvimento no assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat. Embora tenha sido inocentado, passou três anos em uma prisão egípcia sob a acusação de posse de armas.

Após sua libertação, Ayman al-Zawahiri viajou para o Afeganistão, onde conheceu Bin Laden e participou da batalha contra as tropas soviéticas. Logo, tornou-se o segundo mais importante no comando da Al Qaeda. Ao contrário de Bin Laden, era visto frequentemente em mensagens de vídeo.

Com outros membros da Al-Qaeda, acredita-se que Zawahiri tenha planejado o ataque de 12 de outubro de 2000 ao navio USS Cole, no Iêmen, que matou 17 marinheiros americanos e feriu mais de 30.

Ele também foi indiciado nos Estados Unidos pelos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, que deixaram 224 pessoas mortas e mais de 5 mil feridas.

Tanto Bin Laden quanto Zawahiri escaparam da captura quando as forças lideradas pelos EUA derrubaram o governo talibã do Afeganistão no final de 2001. Bin Laden seria morto 10 anos depois, em 2011, em uma operação de forças norte-americanas no Paquistão.

Em 2021, no 20º aniversário dos atentados ao World Trade Center de Nova York e ao Pentágono, a rede terrorista Al-Qaeda divulgou nas redes sociais uma mensagem em vídeo de Ayman al-Zawahiri, em que ele incitava à luta contra o Ocidente. (Com agências internacionais)


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