Após atacar a Globo e banqueiros, Bolsonaro se rende ao Jornal Nacional e terá encontro na Febraban

 
pavorado com a possibilidade de ser derrotado nas eleições de outubro próximo, o presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado que coerência jamais foi seu forte. Após três anos e meio atacando a TV Globo, emissora que os bolsonaristas apelidaram de “Globolixo”, Bolsonaro se rendeu ao óbvio de aceitou ser entrevistado pelos ancoras do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos.

De acordo com sorteio realizado pela equipe do telejornal, Bolsonaro será o primeiro dos candidatos à Presidência da República a participar da rodada de entrevistas. O chefe do Executivo aceitou as regras da emissora, mas na sequência solicitou que a entrevista fosse no Palácio do Planalto, mas a Globo não cedeu.

Depois do posicionamento da emissora carioca, Jair Bolsonaro concordou em ser entrevistado nos estúdios da TV Globo, no Rio de Janeiro. Para quem atacou a emissora da família Marinho, com direito a ameaça de não renovar a concessão da Globo, o presidente mostra que ignorar a audiência do mais importante telejornal do País seria um enorme equívoco eleitoral. Mesmo assim, a incoerência de Bolsonaro não pode passar em branco.

 
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O mesmo roteiro prevaleceu na seara da “Carta pela Democracia” (“Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de direito!”), cujo conteúdo será lido na próxima quinta-feira, 11 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no centro da capital paulista.

Em entrevista a uma emissora de rádio de Porto Alegre (RS), Bolsonaro chamou os banqueiros que assinaram o manifesto de “cara de pau” e “sem caráter”. Irritado com a adesão ao documento em defesa da democracia, o presidente cometeu a ousadia de classificar o manifesto de “cartinha”.

Após o covarde ataque aos banqueiros, que na sua opinião aderiram ao manifesto em prol da democracia por causa do advento do PIX, Bolsonaro colocou assessores para buscarem uma aproximação com representantes do setor financeiro. A investida resultou no agendamento de um encontro do presidente da República com integrantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), durante almoço que acontecerá na próxima segunda-feira (8), em São Paulo.

O isolamento de Jair Bolsonaro em diversos segmentos da economia começou a preocupar a equipe de campanha, que conseguiu, pelo menos por enquanto, convencer o presidente a amainar o discurso e evitar ataques e ofensas a empresários e banqueiros. O próximo passo dos assessores de campanha é controlar o ímpeto de Bolsonaro durante as comemorações do Sete de Setembro.


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