Anvisa proíbe uso do agrotóxico cancerígeno carbendazim

 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, na segunda-feira (8) proibir o uso do agrotóxico carbendazim no Brasil, considerado cancerígeno e danoso à reprodução humana e ao desenvolvimento de fetos e recém-nascidos.

O órgão já havia suspendido de forma cautelar, em junho, o uso do carbendazim, no âmbito de um processo de reavaliação da autorização do fungicida, iniciado em dezembro de 2019 diante de novas informações científicas sobre seus riscos.

O carbendazim está entre os 20 agrotóxicos mais utilizados no Brasil, e em junho havia registro ativo no Brasil de 41 produtos formulados e 33 produtos técnicos à base da substância, fabricados por 24 empresas diferentes, segundo o Ministério da Agricultura.

A decisão bane o carbendazim no País, mas a descontinuação de seu uso será gradual e deve ocorrer ao longo de até 12 meses. A produção dos agrotóxicos com carbendazim deverá ser interrompida em três meses a partir da data da decisão da Anvisa, sua comercialização será proibida em seis meses, e a exportação, em 12 meses.

O fungicida era autorizado para uso em colheitas de algodão, cana-de-açúcar, cevada, citros, feijão, maçã, milho, soja e trigo, e para a aplicação em sementes nas culturas de algodão, arroz, feijão, milho e soja.

 
Efeitos tóxicos

De acordo com a Anvisa, o carbendazim foi proibido devido ao seu potencial de causar mutagenicidade, toxicidade para a fisiologia reprodutiva e toxicidade para o desenvolvimento embriofetal e neonatal. A agência apontou ainda ser impossível determinar os limites seguros de exposição humana para esses desfechos toxicológicos.

A decisão de permitir a descontinuação do uso do carbendazim ao longo de 12 meses foi tomada com aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que considerou que o esgotamento dos estoques seria a opção de menor impacto ambiental.

“O carbendazim é classificado como altamente tóxico para organismos aquáticos (microcrustáceos e peixes) e altamente persistente no meio ambiente, e, na perspectiva do impacto ambiental, a incineração é geralmente mais preocupante do que o esgotamento do estoque dos produtos”, justificou a agência. (Com agências de notícias)


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.