Bolsonaro prometeu acabar com as “mamatas”, mas pagamentos a militares da reserva são escandalosos

 
Quando concorreu pela primeira vez à Presidência da República, em 2018, Jair Bolsonaro prometeu acabar com o que chamou de “mamata”. O então candidato, que enganou os eleitores, não explicou quais “mamatas” seriam extintas e quem deixaria de ter direito a benesses financiadas com o suado dinheiro do contribuinte. Em suma, Bolsonaro, como sempre afirmamos, é o que se conhece na política como “mais do mesmo”.

Depois dos escandalosos pagamentos feitos ao general da reserva Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Em 2020, Braga Netto recebeu R$ 926 mil em dois meses. Levantamento divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a partir de dados do Portal da Transparência, mostra que os benefícios pagos pelo governo a oficiais e pensionistas renderam valores que chegaram a até R$ 1 milhão na folha de pagamento em apenas um mês naquele ano, quando a pandemia de Covid-19 estava no ápice.

A folha de pagamento aumentou principalmente no período em que os oficiais passaram para a reserva, já que Bolsonaro promoveu mudança na legislação para aumentar a indenização paga a militares que deixam a ativa.

Outro aliado do presidente, Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi um dos que só passaram para a reserva após a nova lei entrar em vigor. Ramos recebeu R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro de 2020. Ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque é outro militar que consta da lista de privilegiados.

 
Agora descobre-se que, de janeiro a maio deste ano, 1.559 militares das três Forças Armadas tiveram pagamentos líquidos mensais de mais de R$ 100 mil. Juntos, os oficiais receberam R$ 262,5 milhões, descontados os valores referentes ao Imposto de Renda e à contribuição para a Previdência dos militares.

Ex-ministro da Saúde e um dos militares que dedicam nauseante subserviência a Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello recebeu, em março passado, o valor líquido de R$ 305,4 mil, ao passar para a reserva remunerada do Exército.

Contudo, Pazuello está longe do topo da lista dos militares que foram beneficiados com as “mamatas” que Bolsonaro prometeu acabar. O número 1 da lista é o coronel James Magalhães Sato, lotado no Comando do Exército. Em abril deste ano, o pagamento líquido feito a Sato foi de R$ R$ 603.398,92, valor que equivale a 498 salários mínimos ou mil vezes o valor turbinado do Auxílio Brasil, que até 31 de dezembro será de R$ 600. Sem a trapaça eleitoral armada por Bolsonaro, equivaleria a 1.500 vezes o valor normal do benefício (R$ 400).

Sob Bolsonaro, as Forças Armadas perderam a credibilidade que tinham junto à opinião pública e terão dificuldade para recuperá-la. Aliás, não custa lembrar que o Exército comprou 35 mil comprimidos do genérico do Viagra e dezenas de próteses penianas. Imagine o que acontecerá caso o golpe almejado por Bolsonaro for levado a efeito.


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