PF cumpre mandado de busca e apreensão contra empresários golpistas e irrita Bolsonaro

 
Na edição de segunda-feira (22), o UCHO.INFO afirmou, horas antes da entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, que o presidente havia terceirizado o plano de golpe e que mentiu ao dizer que respeitará os resultados das eleições de outubro próximo.

Ao JN Bolsonaro disse que aceitará os resultados das urnas eletrônicas se as eleições forem limpas e transparentes, ou seja, ele não acatará a vontade popular caso seja derrotado na corrida presidencial. Para quem acompanha o nosso jornalismo tal declaração não foi novidade.

Sobre o projeto de golpe, assunto que antecipamos na campanha de 2018, a terceirização ficou evidente com a divulgação pelo jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, de que empresários bolsonaristas adeptos do golpismo trocaram mensagens pelo WhatsApp defendendo a radicalização caso Lula saia vitorioso.

Dono da rede de lojas Havan, o empresário Luciano Hang divulgou nota informando que não defendeu golpe de Estado nas mensagens trocadas com outros integrantes do grupo e que é alvo de “jornalismo raso, leviano e militante”.

“Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil”, afirmou Hang.

A nota foi divulgada após a Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), cumprir mandados de busca e apreensão em endereços dos empresários que integram o grupo do WhatsApp e que defendem o golpe.

 
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Além de Luciano Hang, são alvos da operação da PF: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

Os empresários, que defendem a desinformação como arma de disputa política, compartilharam notícias falsas sobre o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, as vacinas contra Covid-19 e as urnas eletrônicas. Também trocaram mensagens de cunho homofóbico, de preconceito contra quem trabalha com pessoas em situação de rua e de ódio a jornalistas e a veículos de imprensa.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável elo inquérito que agora alcança os integrantes do grupo de WhatsApp, determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários, bloqueio das respectivas contas em redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancários.

A PF, que ouvirá os investigados ainda nesta terça-feira, não descarta a possibilidade de pedir a prisão dos investigados, a depender do conteúdo dos depoimentos e do material apreendido durante a operação policial.

A turba bolsonarista de forma geral não aceita a verdade dos fatos, por isso tenta desacreditar quem faz jornalismo sério, responsável e independente. A alegação desses proxenetas do autoritarismo é que Jair Bolsonaro mostra-se como um estadista que defende a democracia e a liberdade de expressão, quando a realidade é diametralmente oposta. O que Bolsonaro busca é abrir caminho para o golpe, cuja defesa foi terceirizada.

Na campanha presidencial anterior, em 2018, afirmamos sem medo de errar que Jair Bolsonaro, caso eleito, em algum momento tentaria dar um “cavalo de pau” na democracia. À época, os apoiadores de Bolsonaro nos atacaram de maneira sórdida e covarde, algo típico do bolsonarismo, mas mantivemos nossa afirmação, que agora se confirma.

A operação da PF, por ordem de Alexandre de Moraes, irritou sobremaneira o presidente da República, que poderá retomar o descontrole caso os empresários sejam presos. É importante ressaltar que o STF por muito menos determinou a prisão de pessoas que insistem em atentar contra a democracia e o Estado de Direito. Não se deve descartar a hipótese de as comemorações do Sete de Setembro serem um prefácio do golpe.


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