A morte da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, atrapalhou os planos do presidente Jair Bolsonaro, que esperava ver os efeitos das ilegais comemorações do “Sete de Setembro” entre os assuntos mais comentados nas redes sociais.
Enquanto os brasileiros acompanhavam o noticiário sobre o fim do mais longo reinado britânico – 70 anos – e a ascensão do agora rei Charles III ao trono, a mensagem criminosa de Bolsonaro sobre “extirpar opositores” – no caso o ex-presidente Lula e o PT – era macerada pelos convertidos, alargando o flanco de ódio que avança sobre o País.
Como se fossem robôs comandados por uma central do ódio, a horda bolsonarista tomou a declaração de Jair Bolsonaro como ordem para tirar do caminho qualquer pessoa que faça oposição ao governo e ao projeto de reeleição de um delinquente intelectual que diuturnamente flerta com o golpe e o autoritarismo.
Sem colher nas pesquisas eleitorais os frutos da ilegal e inconstitucional PEC Kamikaze, que turbinou o Auxílio Brasil e criou benefícios pontuais com validade até 31 de dezembro, Bolsonaro está recorrendo à radicalização para tentar reverter um quadro que lhe desfavorável. Faltando 23 dias para o primeiro turno da corrida presidencial, o bolsonarismo está se valendo do tudo ou nada para não ser barrado nas urnas, algo que as pesquisas têm apontado inevitável.
O discurso de ódio pregado por Bolsonaro, que ousar afirmar que é um enviado de Deus, tem feito suas vítimas Brasil afora. Quase dois meses após o assassinato do petista Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), pelo bolsonarista Jorge Guaranho, um novo crime com motivação política ocorreu na noite de quinta-feira (8), em Mato Grosso.
Apoiador do ex-capitão, o bolsonarista Rafael de Oliveira matou, com quinze facadas, o petista Benedito Cardoso dos Santos. O crime aconteceu após uma discussão sobre política. Após assassinar o petista, Oliveira tentou decapitar Benedito com um machado e filmou o corpo da vítima após a barbárie.
Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis – não é o caso do Brasil –, Jair Bolsonaro já estaria preso e sua candidatura impugnada por incitação ao crime. O chefe do Executivo teve quase quatro anos para fazer algo em prol da população, mas a poucos meses do fim do mandato tenta usar a violência como ferramenta de campanha.
Nesta sexta-feira (9), com a notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos sendo veiculada em todo o País, Bolsonaro, que deveria defender a paz nas eleições, fez um discurso, no Tocantins, para inflamar ainda mais a militância. O presidente chamou o PT de “praga” e defendeu “varrer” o partido para o “lixo da história”.
Nenhum brasileiro deve se intimidar diante das ameaças de Bolsonaro, que usa o cargo de presidente da República para cometer crimes, não sem antes ameaçar a democracia e o Estado de Direito.
O Judiciário, que deveria tomar medidas duras contra um criminoso contumaz, opta pela omissão, alegando que não é o momento de tensionar ainda mais o cenário eleitoral. Quando um dos Poderes constituídos não pode exercer seu papel de forma plena, é porque a ditadura está em passo acelerado.
Além de criminoso e covarde, Bolsonaro é um farsante que age como rufião da fé alheia na tentativa de angariar votos, mas quem conhece seu jeito estúpido de ser sabe que tudo não passa de encenação barata de um neofascista aprendiz de ditador. Para o bem do País e da população, Bolsonaro precisa ser varrido da Presidência no primeiro turno.
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