Itamaraty teme que participação de Bolsonaro no funeral de Elizabeth II se transforme em “tiro no pé”

 
Os adeptos ao bolsonarismo insistem em não enxergar a realidade, por essa razão discordam do nosso jornalismo, que antecipa fatos que contrariam a súcia de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição. Durante os governos petistas, os ataques da esquerda ao UCHO.INFO foram idênticos, mas lembramos que não temos político de estimação, assim como não fazemos jornalismo de encomenda.

Em matéria anterior afirmamos que Bolsonaro abusou do oportunismo ao confirmar presença no funeral da rainha Elizabeth II. Considerando que a política externa do atual governo é um atentado ao bom-senso diplomático, a viagem a Londres é de casuísmo torpe. Apenas os convertidos não aceitam a verdade.

Como noticiamos, o presidente pretende usar a cerimônia fúnebre para “vender” aos apoiadores a falsa ideia de que goza de prestígio internacional, o que não é verdade. Não por acaso, Bolsonaro incumbiu a diplomacia brasileira de uma missão quase impossível: agendar um encontro com a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Pretender um encontro diplomático em meio a um funeral é no mínimo demonstração de incoerência.

 
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A estratégia do núcleo duro da campanha de Bolsonaro é vista com preocupação pela diplomacia brasileira, pois a participação no funeral da rainha britânica pode se transformar em “tiro no pé”. Na condição de chefe de Estado, Bolsonaro será recebido pelas autoridades britânicas com a liturgia pertinente ao cargo, mas tirar proveito eleitoral do evento é clara demonstração de insensatez.

O perigo do plano dos membros da campanha está no tratamento que os demais chefes de Estado dispensarão a Bolsonaro. No caso de a receptividade passar longe do script palaciano, o presidente corre o risco de mais uma vez ficar isolado. Além disso, Bolsonaro daria ao seu principal adversário na corrida presidencial, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, argumentos suficientes para criticá-lo. Faltando menos de três semanas para o primeiro turno da eleição presidencial, a aposta é deveras arriscada.

Na condição de chefe de Estado, Bolsonaro tem não apenas o direito, mas o dever de participar do funeral de Elizabeth II, porém seu comportamento nada cordial com alguns chefes de governo, em especial os da Europa, não lhe credencia para tanto.


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