Polêmica sobre discrepâncias das pesquisas eleitorais serve para novo enredo golpista do bolsonarismo

 
Presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro manteve seu discurso golpista até horas antes do processo de votação. Antes do pleito, o chefe do Executivo afirmou a apoiadores que venceria a disputa no primeiro turno com no mínimo 60% dos votos válidos. O que não aconteceu.

No contraponto, as pesquisas eleitorais foram alçadas à ira do bolsonarismo em razão de dados divulgados que não retrataram a vontade do eleitor. Foi o bastante para a tropa de choque de Bolsonaro no Congresso Nacional não apenas demonizar os institutos de pesquisas, mas sugerir a criação de uma CPI para investigar os fatos.

Em 2018, Jair Bolsonaro iniciou o processo de ataque ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas, alegando ter recebido votos em quantidade suficiente para vencer a corrida presidencial no primeiro. Na eleição deste ano, o presidente deixou de lado os discursos golpistas e passou a se dedicar a articulações políticas que garantam um novo mandato.

Em relação às pesquisas de opinião é importante ressaltar que os levantamentos retratam um momento, além de exibirem margens de erro e índice de confiabilidade, normalmente na casa de 95%. Considerando que poucos se atentam a esse importante detalhe (confiabilidade), Bolsonaro e sua turba iniciaram uma nova cruzada contra a democracia, já que as eleições foram limpas e justas, como sempre.

 
É inegável que as pesquisas eleitorais pautam diversos setores da sociedade, a começar pela imprensa, mas lembramos que em nenhum momento profetizamos a derrota de Bolsonaro. Ao longo dos 45 meses alertamos para o perigo que ronda a democracia brasileira, ressaltando as atitudes e decisões absurdas tomadas pelo chefe do Executivo.

No tocante às pesquisas, todos devem fazer um “mea culpa”, em especial os institutos responsáveis pelos levantamentos, mas não se deve ignorar o fato de que o bolsonarismo agora adota um novo enredo para tentar virar o jogo no segundo turno, já que o ex-presidente Lula saiu na dianteira com mais de 6 milhões de votos de vantagem.

O País está dividido e o discurso de ódio oscilará até 30 de outubro, data do segundo turno, de acordo com o desempenho de cada candidato junto ao eleitorado e das alianças políticas conquistadas. Independentemente da retórica contra os institutos de pesquisa e da incompreensível decisão de boa parte da sociedade brasileira, a democracia continua correndo sérios riscos.

Ninguém deve acreditar no palavrório moderado de Bolsonaro depois do primeiro turno, pois seu objetivo está calcado em levar o Brasil ao obscurantismo. De igual modo não se pode fechar os olhos para a força do bolsonarismo no escopo das eleições, pois muitos ditos conservadores, alguns fundamentalistas, foram eleitos para, além de fazer política, levar adiante um projeto retrógrado e absurdo de sociedade, onde a liberdade, principalmente das minorias, será ignorada.


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.