Câmara aprova urgência para projeto que pune institutos de pesquisa; prisão de responsáveis está descartada

 
Em mais um aceno ao autoritarismo, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) requerimento de urgência para acelerar a tramitação o projeto de lei que pune empresas e institutos de pesquisa. A urgência permite que o projeto de lei seja votado diretamente pelo plenário, sem passar pelo crivo das chamadas por comissões de mérito.

O requerimento foi aprovado com 295 votos favoráveis, 120 contrários e uma abstenção. A base do governo quer votar o mérito do projeto até quinta-feira (20), mas parte da base governista, como o Republicanos, prefere deixar a análise para depois do segundo turno das eleições.

Relator do projeto, o deputado federal Paulo Martins (PL-PR), integrante da base bolsonarista, será cortado do projeto a proposta de prisão dos responsáveis pelos institutos de pesquisas que divulgarem dados discrepantes em relação aos resultados das urnas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não tem medido esforços para acelerar a tramitação do projeto, possivelmente porque ainda há recursos do criminoso orçamento secreto à espera de liberação por parte do governo. De tal modo, a saída é agradar ao presidente Jair Bolsonaro, o golpista de plantão que não aceita ser contrariado.

 
É importante destacar que os institutos realizam pesquisas de intenção de voto, não devendo ser punidos pelo fato de o eleitor mudar de opinião diante da urna. Além disso, as pesquisas sempre especificam a margem de erro e o índice de confiança do levantamento.

Sem reação da opinião pública, o País está diante de mais um escárnio, alimentado apenas e tão somente para fazer a vontade de Bolsonaro. Candidato à reeleição, o presidente da República tem recorrido à disseminação do medo para conquistar o voto do eleitor indeciso, mas incorre em omissão ao não revelar o que acontece nos bastidores do poder.

Relator do projeto de lei, o deputado Paulo Martins ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado no Paraná, eleição vencida por Sérgio Moro (União Brasil). Os levantamentos indicavam Martins em terceiro lugar, muito distante de Moro e Alvaro Dias (Podemos), que liderava as pesquisas.

Martins deveria se imbuir de coragem e revelar aos brasileiros os motivos que causaram uma reviravolta na disputa por uma vaga no Senado no Paraná. O governador Ratinho Júnior (PSD) atuou nos bastidores de maneira nada republicana para, de forma indireta, garantir a vitória de Moro e derrotar Alvaro Dias. Para tanto, apostou tudo e mais um pouco na candidatura de Paulo Martins.


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