Ao longo dos últimos quatro anos, Jair Bolsonaro ameaçou inúmeras vezes a democracia e o Estado de Direito, mas sempre alegou que “joga dentro das quatro linhas da Constituição”. Quem conhece minimamente a Carta Magna sabe que Bolsonaro já deveria ter sido apeado do cargo em por crime de responsabilidade, mas com o Parlamento comprado de forma escancarada e despudorada um processo de impeachment tornou-se impossível.
Neste domingo, 30 de outubro, dia de eleições de segundo turno, Bolsonaro usou a estrutura do Estado para impedir que o livre exercício do voto, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou larga vantagem no primeiro turno.
Sem conseguir convencer os eleitores de ambas as regiões, Bolsonaro usou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o transporte gratuito, desrespeitando flagrantemente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a não realização de operações policiais em rodovias com o intuito de impulsionar a abstenção.
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, bolsonarista de carteirinha que nas redes sociais pediu voto para o presidente da República, afirmou inicialmente que não cumpriria a ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Vasques foi intimado para comparecer ao TSE com o objetivo de prestar depoimento e disse que suspenderia as mais de 510 operações que têm atrapalhado o transporte gratuito de eleitores. Faltando duas horas para o fim do horário de votação, suspender as operações em nada contribuirá para a preservação da democracia.
O TSE, que no período eleitoral tem primazia em relação a todas as instâncias do Judiciário, deveria determinar a prisão do diretor da PRF e do ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem a corporação policial está subordinada.
Não obstante, o TSE deveria se imbuir de coragem e cassar a chapa de Jair Bolsonaro à reeleição, já que é inequívoco não apenas o desrespeito à decisão judicial, mas o abuso de poder político e econômico. Bolsonaro é um covarde conhecido que tenta impor sua vontade à força e utilizando a máquina pública. Em qualquer país minimamente sério e com autoridades cumpridoras da lei, o presidente da República já estaria longe do cargo e preso.
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