PRF que matou Genivaldo dos Santos é a mesma que demonstra frouxidão diante dos caminhoneiros

 
Em matéria publicada no domingo, 30 de outubro, dia do segundo turno da eleição presidencial, afirmamos que as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em estradas das regiões Norte e Nordeste tinham como único objetivo dificultar o acesso dos eleitores aos locais de votação. A estratégia consistia em impulsionar o índice de abstenção em ambas as regiões, onde o presidente eleito Lula teve larga vantagem.

Na publicação ressaltamos novamente o viés golpista da medida, acertada com o ministro da Justiça Anderson Torres, na última semana, por ocasião da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que rejeitou a denúncia sem provas de que emissoras de rádio privilegiaram a campanha do petista na veiculação de material político. O ministro Fábio Faria (Comunicações), primeiro a se pronunciar sobre o tema, mudou de ideia ao perceber a possibilidade de responder criminalmente por conta da falácia.

Anderson Torres, o sabujo de plantão, tratou com ironia a informação de que a campanha de Bolsonaro estaria se valendo das ações da PRF, mas o diretor da corporação, que foi obrigado a ir ao TSE, acabou suspendendo as blitze faltando duas horas para o encerramento da votação.

Nesta segunda-feira (31), caminhoneiros bolsonaristas decidiram fechar estradas em 20 estados e no Distrito Federal, além de pistas da Marginal do Tietê, na capital paulista, apenas porque não aceitam a vitória do petista Lula na disputa presidencial.

Após dificultar a chegada de eleitores do Norte e do Nordeste às urnas, a PRF trata com deferência os criminosos que bloqueiam as estradas do País e defende um golpe militar. Por esse motivo, nenhum outro, Bolsonaro permanece em silêncio depois de mais de 24 horas do anúncio do resultado do segundo turno. Afinal, um golpe está endo gestado no Palácio da Alvorada.

 
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Agentes da PRF, supostamente designados para “dissolver” os bloqueios nas rodovias federais, têm afirmado aos caminhoneiros que a ordem da direção da corporação é apenas permanecer no local.

A PRF que atrapalhou a vida de dezenas de milhares de eleitores e agora demonstra frouxidão diante dos criminosos caminhoneiros bolsonaristas, é a mesma que em 25 de maio passado imobilizou e matou por asfixia Genivaldo de Jesus dos Santos, na cidade sergipana de Umbaúba, pelo fato de dirigir sua moto sem capacete. A direção da corporação atuou nos bastidores para evitar o indiciamento dos três policiais rodoviários federais responsáveis pelo crime, mas não obteve sucesso.

Em nota, a PRF afirmou que trabalha com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime organizado nas rodovias federais brasileiras. A instituição destaca que está presente em todos os locais de bloqueio com efetivo mobilizado e permanece trabalhando para garantir o fluxo das rodovias federais.

No domingo, quando chamou ao TSE o diretor da PRF, Silvinei Vasques, para explicações, o ministro Alexandre de Moraes deveria ter dado voz de prisão ao bolsonarista que usou as redes sociais para pedir voto ao presidente da República. Moraes deixou de prender o meliante para não tumultuar o processo eleitoral. Por conta desses recuos é que Bolsonaro desafiou a democracia e o Estado de Direito ao longo de quatro anos.


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