Bolsonaro está em silêncio porque aposta no movimento dos caminhoneiros para viabilizar o golpe

 
Administrando o fracasso do seu plano de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro insistiu nos últimos quatro anos em afirmar que “joga dentro das quatro linhas da Constituição”, mas seu comportamento após o segundo turno da eleição presidencial mostra seu caráter golpista.

A recusa momentânea de Bolsonaro em aceitar a derrota não é novidade para quem acompanha o jornalismo do UCHO.INFO, que desde a campanha de 2018 alertou para o perigo que representava sua eleição. Ao não reconhecer a vitória do adversário, no caso o presidente eleito Lula, Bolsonaro confirma seu desrespeito à Carta Magna.

Não obstante, à sombra de personalidade que não sabe conviver com o contraditório, Bolsonaro demonstra desrespeito aos mais de 58 milhões de eleitores que lhe confiaram o voto. O presidente não sabe perder e seu silêncio suscita as mais diversas teorias, principalmente se considerarmos que logo após o debate da TV Globo, na última sexta-feira (28), o presidente afirmou à jornalista Renata Loprete que assumiria a Presidência quem tivesse mais votos.

Como sempre afirmamos, na política, em especial na brasileira, não há espaço para coincidências. Tudo é previamente planejado e tem um interesse canhestro por trás. A reclusão de Jair Bolsonaro há mais de 24 horas tem uma razão de ser.

 
Quem conhece o modus operandi da política sabe que Bolsonaro ainda aposta em uma “virada de mesa”, apesar de não ter apoio para tanto. O bloqueio de estradas em 16 estados e no Distrito Federal por caminhoneiros que defendem o golpe não é por acaso. Trata-se de uma versão tropicalizada e mambembe da invasão do Capitólio por apoiadores do descontrolado Donald Trump.

Bolsonaro acredita que um eventual avanço do crescimento, algo que comprometeria o abastecimento em todo o País, permitirá a convocação do Exército para restabelecer a ordem, manobra que seria um prefácio de um golpe. A questão que se põe é que o presidente começa a ser abandonado por muitos aliados, os quais já emitiram sinais na direção do eleito Lula.

Aliados, assessores e militares de alta patente tentam convencer Bolsonaro a aceitar a derrota e evitar que o caos se instale no País a partir da manifestação isolada de um grupo de caminhoneiros que não tem respaldo dos transportadores autônomos.


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