Em recente matéria afirmamos que as eleições mostraram a divisão do Brasil, mas destacamos que muitos dos eleitores do golpista Jair Messias Bolsonaro foram fisgados pelo Auxílio Brasil e outros benefícios ilegais criados de forma pontual e em cima da hora. Em suma, a divisão não é em partes iguais.
Não obstante, parte dos que votaram em Bolsonaro são integrantes da elite preconceituosa e torpe, que a partir do poder econômico tenta impor suas vontades como se a sociedade fosse obrigada a viver debaixo do cabresto criminoso do totalitarismo.
Casada com o presidente do Clube de Regatas Flamengo, Rodolfo Landim, a diretora de Responsabilidade Social do rubro-negro, Ângela Machado, bolsonarista radical, expôs ao mundo a sua delinquência intelectual ao publicar no Instagram (@gitoka) comentário racista e xenófobo sobre o resultado da corrida presidencial.
Como se fosse adepta da teoria nazista sobre a supremacia branca, Ângela Machado ofendeu os nordestinos, que garantiram ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a vitória nas urnas. “Ganhamos onde produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morre, o carrapato passa fome”, escreveu. Como se não bastasse, o comentário criminoso foi curtido pelo perfil @flaviaguitti. A hipocrisia é tamanha, que o perfil @flaviaguitti exibe a mensagem “Se teus olhos forem bons, todo o seu corpo será luz”.
Em países sérios, onde as leis são cumpridas à risca e sem privilégios aos endinheirados, Ângela Machado já estaria presa por crime de racismo. A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, estabelece em seu artigo 20 pena de reclusão de um a três anos e multa para quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Ultrapassa as fronteiras da sandice o fato de uma pessoa que cultua o racismo e a xenofobia ocupar a diretoria de Responsabilidade Social de um clube de futebol que tem a maior torcida do País, inclusive na região Nordeste.
Até o momento, o Flamengo não se pronunciou sobre o crime cometido por Ângela Portela nem sinalizou como pretende resolver uma questão que pode gerar prejuízos ao clube em termos de imagem.
Fosse a diretoria do Flamengo dotada de rasas doses de seriedade, Ângela Portela seria demitida e denunciada às autoridades para que responda criminalmente por seus atos, típicos de criaturas abjetas. Landim, por sua vez, caso não seja movido pela frouxidão, deveria vir a público para anunciar a demissão da esposa como diretora do clube.
O desfecho de mais um crime de racismo e xenofobia, algo normalizado no Brasil, todos sabemos por antecedência. À sombra de honorários vultosos, a criminosa contratará um advogado renomado e com bom trânsito no Judiciário fluminense, o que garante o enfadonho “deixa para lá”. Na pior das hipóteses a deplorável Ângela Machado será condenada à distribuição de cestas básicas. Se Deus, como diz a lenda, de fato é brasileiro, nos resta torcer para que o juiz do caso, se realmente chegar à Justiça, seja nordestino.
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.
