Golpista, Bolsonaro aposta no relatório da Defesa sobre as urnas para continuar tumultuando o País

 
Após fracassar na tentativa de conquistar mais um mandato como presidente da República, o golpista Jair Bolsonaro mantém-se recluso no Palácio da Alvorada e em silêncio quase obsequioso. Desde o anúncio do resultado das eleições, na noite de 30 de outubro, Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto apenas duas vezes. Em uma das ocasiões para preparar o discurso de reconhecimento da derrota, em outra para cumprimentar o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, a quem pediu que livre o País do comunismo.

O discurso obtuso e mentiroso contra a esquerda é mais um delírio golpista, pois sequer pode ser chamado de comunista um governo cuja equipe de transição conta com os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, dois dos autores do Plano Real.

Sem ter admitido até o momento a derrota para o eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro visa com esse comportamento manter mobilizada a sua militância, que em frente de diversos quarteis espalhados pelo País cobra intervenção militar, como se a democracia brasileira permitisse tamanha aberração.

Enquanto Bolsonaro insiste no isolamento, o que denota dificuldade para lidar com a adversidade, o Ministério da Defesa faz mistério em relação ao relatório sobre as urnas eletrônicas, cuja divulgação está marcada para esta quarta-feira (9).

 
O documento foi prometido para após o primeiro turno das eleições, mas a Defesa adiou a divulgação, alegando que os dados seriam divulgados na sequência do segundo turno, o que não aconteceu. O impasse aponta na direção da ausência de qualquer anomalia na integridade do processo eleitoral, como constataram o Tribunal de Contas da União (TCU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Organização dos Estados Americanos (OEA), além de representantes de várias nações estrangeiras.

Além de manter nas ruas a súcia de apoiadores, Bolsonaro busca com tal comportamento alimentar um processo de vitimização que tem como alvo obter do Partido Liberal o maior número possível de benesses para continuar na política e, daqui a quatro anos, novamente concorrer à Presidência da República.

A grande questão é que Bolsonaro, ao deixar a Presidência e perder o chamado foro privilegiado, enfrentará diversas ações judiciais decorrentes dos muitos crimes cometidos ao longo do mandato. Diante de cenário tão sombrio, Bolsonaro aposta no relatório do Ministério da Defesa para de novo tumultuar o País, como se o resultado da eleição pudesse ser modificado.

Jair Bolsonaro tem ciência da impossibilidade de reverter a derrota, mas insiste em fomentar o caos como forma de eventualmente escapar das garras da Justiça na esteira de uma anistia que há muito vem sendo negociada nos bastidores. Em suma, o objetivo do golpista de plantão é deixar a Presidência no vácuo da impunidade.


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