Morre em São Paulo, aos 77 anos, a cantora Gal Costa, dona de voz que se assemelhava a um instrumento

 
Maria da Graça Costa Penna Burgos, a Gal, nasceu na cidade de Salvador, Bahia, em 26 de setembro de 1945. Uma das maiores e mais icônicas vozes da música brasileira, Gal morreu nesta quarta-feira (9), aos 77 anos, em São Paulo. A causa da morte foi infarto fulminante.

Um dos expoentes do tropicalismo, movimento que surgiu na segunda metade da década de 60 e promoveu uma ruptura cultural no País, Gal Costa se recuperava de uma cirurgia realizada em setembro passado para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita. Por conta do procedimento médico e da necessidade de uma pausa para a recuperação, a cantora agendara para o fim deste mês o retorno aos shows.

Dona de uma voz brilhante e que se assemelhava a um instrumento, Gal cantou com coragem e maestria contra a ditadura militar. Foi responsável por eternizar clássicos da MPB como “Baby”, “Meu nome é Gal”, “Chuva de Prata”, “Meu bem, meu mal”, “Pérola Negra” e “Barato total”.

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. À época ainda Maria da Graça, “Eu vim da Bahia”, samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

 
Ao longo da carreira, Gal Costa lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. “Fa-tal”, “Índia” e “Profana” são três dos principais.

A cantora já tinha programado a turnê “As Várias Pontas de Uma Estrela”, que deveria ocorrer em dezembro e janeiro de 2023. Na apresentação, Gal revisitava grandes sucessos da música brasileira dos anos 80, como “Açaí”, “Nada mais”, “Sorte” e “Lua de mel”.

Bem aceito pelo público e pela crítica especializada, “As Várias Pontas de Uma Estrela” fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do de 2021. Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e tinha agendada para novembro uma turnê na Europa.

Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou seu último álbum de inéditas, “A pele do futuro”, de 2018, o quadragésimo disco da carreira. O último álbum lançado foi “Nenhuma Dor”, em 2021, quando Gal regravou músicas como “Meu Bem, Meu Mal”, “Juventude Transviada” e “Coração Vagabundo”, com os cantores Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.

 

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