Como evitar as guerras civis

(*) Gisele Leite

É difícil resistir aos ataques neonazistas e fascistas no mundo, tanto o parlamento alemão como na invasão do Capitólio em Washington e, com os atos terroristas em Brasília, promovidos por bolsonaristas informados com o resultado das eleições, nada é mais oportuno do que recomendar a leitura da obra intitulada “Como as Guerras Civis Começam. E como impedi-las”, de autoria da cientista política norte-americana Barbara F. Walter.

Lançada em 2022, a obra de Walter traz explicações sobre as guerras civis que eclodiram no mundo após a Segunda Guerra Mundial, servindo de alerta para o perigo da polarização e aponta que nem as mais estáveis democracias, como a dos EUA, estão livres dessa maldição.

Registraram-se desde 1946 cerca de mais de duzentos e cinquenta conflitos armados internos em todo o mundo. Tais conflagrações atingem seu clímax em 2019, nos mais diversos lugares como Síria, Afeganistão, Iraque, Malásia, Iêmen e outros tantos. Esses levantes, no entanto, não ocorrem apenas em países com democracias frágeis. Podem se dar em sociedades democráticas muito radicalizadas e polarizadas.

É uma pena que a obra não cogite sobre nosso pobre país, porém, as cenas recentes registradas no país depois do resultado das eleições, com caminhoneiros bloqueando estradas e bolsonaristas chorando nas portas dos quartéis ou apedrejando a sede da Polícia Federal, nos mostra onde a intolerância pode nos levar. A maioria das pessoas só percebe que está a caminho da guerra civil quando as milícias operam nas ruas e quando líderes extremistas estão sedentos de sangue e poder.

Citando Hipátia de Alexandria (350-415): “Vida é crescimento, e quanto mais viajamos, mais verdade podemos entender. Compreender as coisas que nos rodeiam e a melhor preparação para compreender as coisas do além”. Espero que venha a normalização e que tenhamos um feliz Natal e um próspero ano novo.

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

As informações e opiniões contidas no texto são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo obrigatoriamente o pensamento e a linha editorial deste site de notícias.


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