Um dos primeiros escândalos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atende pelo nome de Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho e ainda ministra do Turismo. Filiada ao União Brasil e reeleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, Daniela Carneiro é acusada de manter ligações com o ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio, o “Jura”, acusado de comandar uma milícia na Baixada Fluminense.
A ministra se defende alegando que tudo não passa de operação orquestrada de adversários políticos, mas é importante que Daniela já se referiu a “Jura” como “liderança”. Ela afirma que “não compactua com qualquer ato ilícito e cabe à Justiça o papel de julgar e punir”.
Além da ligação com o miliciano “Jura”, a ministra do Turismo mantém elo político com outros dois acusados de chefiar milícia em Belford Roxo (RJ). Antes de ser nomeada pelo presidente Lula, Daniela fez campanha à Câmara dos Deputados a lado do vereador Fábio Brasil, o Fabinho Varandão, e de familiares do ex-vereador Márcio Pagniez, o Marcinho Bombeiro. Ambos foram presos sob a acusação de chefiarem milícias na região.
Respondendo às acusações em liberdade, Varandão é secretário municipal de Ciência e Tecnologia de Belford Roxo, cujo prefeito é Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (União Brasil), marido da ministra.
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Marcinho Bombeiro continua na prisão, mas sua irmã e seu pai também foram nomeados para cargos na Prefeitura. Os dois participaram ativamente na campanha da ministra, em 2022, e organizaram comício no bairro em que, de acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, age o grupo criminoso conhecido como “Tropa do Marcinho”.
Questionado sobre a possível saída da ministra do Turismo, o presidente Lula disse não haver motivos para demissão. O chefe do Executivo sabe que exonerar um ministro com menos de uma semana de governo é temerário, mas a situação de Daniela Carneiro tornou-se insustentável.
Experiente em termos políticos e escaldado por conta de escândalos anteriores, Lula deve adotar a tática de deixar a ministra do Turismo ser pressionada pela repercussão do caso e em algum momento pedir para sair.
Como afirmamos em matéria anterior, não se trata de condenar previamente a ministra do Turismo, mas é preciso que um governo que estreou há dias e carrega um fino telhado de vidro escore-se no dito popular do período do Império Romano sobre Pompeia Sula, mulher do César, a quem não cabia apenas ser honesta, mas parecer como tal.
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