Governador de SP defende pacificação do País, mas deveria pedir a Bolsonaro para abandonar o golpismo

 
A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com governadores, prefeitos das capitais, chefes do Legislativo e do Judiciário e políticos, na noite de segunda-feira (10), em Brasília, serviu para reforçar que golpista terão de enfrentar as barras da Justiça.

Governadores eleitos com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Cláudio Castro (RJ) hesitaram em participar do encontro, mas acabaram seguindo para Brasília para evitar eventuais danos políticos e críticas da opinião pública.

Tarcísio, que foi diretor do DNIT no governo de Dilma Rousseff e depois foi ministro de Bolsonaro, é o típico do político que fica em cima do muro a maior parte do tempo, descendo apenas quando a situação é insustentável.

O governador de São Paulo havia decidido não comparecer ao encontro, pois temia que a reunião com Lula se transformasse em ato contra Bolsonaro. Acabou mudando de ideia após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, atuar nos bastidores. Na reunião, Tarcísio fez a ministra se emocionar ao citar frase de autoria da presidente da Corte: “A democracia vai continuar sendo realidade no país”.

 
Tarcísio, que recentemente disse não ser “bolsonarista raiz”, depois dos atentados terroristas de domingo iniciou movimento discreto para se descolar de Bolsonaro, sem magoar o padrinho político. Em Brasília, o governador de São Paulo afirmou que o encontro significa que a “democracia brasileira vai se tornar ainda mais forte”.

O novo inquilino do Palácio dos Bandeirantes disse que a pacificação do País é necessária e depende dos “gestos de todos”, inclusive do Judiciário, do Legislativo, do Executivo e dos Estados.

O ex-ministro de Infraestrutura deveria se imbuir de coragem e pedir a Jair Bolsonaro para não empurrar seus radicais apoiadores na direção do golpismo e da barbárie, pois a democracia brasileira é caminho sem volta, gostem ou não os terroristas que agora se desesperam nas celas do Complexo Prisional da Papuda, em Brasília.

Diante da possibilidade de Bolsonaro ser preso e se tornar inelegível, Tarcísio deveria se livrar dos “punhos de renda” e enfrentar a realidade política como ela se apresenta. Tentar se equilibrar na corda bamba de um golpista é tarefa inglória.


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