PF encontra na casa de Anderson Torres documento do fracassado plano de golpe do foragido Bolsonaro

PF encontra na casa de Anderson Torres documento do fracassado plano de golpe do foragido Bolsonaro

 
Quando o UCHO.INFO fazia referência a Jair Bolsonaro como golpista – continuará fazendo –, os integrantes da sua turba de apoiadores se revoltavam e, ato contínuo, disparavam impropérios na nossa direção. Isso porque esses párias da sociedade não são capazes de enfrentar a verdade dos fatos.

Covarde, além de golpista convicto, Bolsonaro abandonou a Presidência da República dois dias antes do fim do mandato para se refugiar nos Estados Unidos, onde corre o risco de ser expulso. Caso isso aconteça, o ex-presidente tão cedo não voltará a pisar em território norte-americano.

Mesmo refugiado em Orlando, na Flórida, Bolsonaro comandou à distância a fracassada tentativa de golpe que no último domingo terminou com a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

Ciente de que as consequências dos atos terroristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, poderão alcançar facilmente seu pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o faraó das “rachadinhas”, vem pedindo para que os processos decorrentes da investida criminosa sejam individualizados, o que de certa maneira auxiliam para que os crimes flertem com a prescrição.

Além disso, o parlamentar tem afirmado que não há como responsabilizar o ex-presidente pela ação dos terroristas bolsonaristas. O que Flávio Bolsonaro parece não saber é que sem interferência do pai as investigações da Polícia Federal avançam com rapidez e produzem resultados.

Na esteira da ação de busca e apreensão realizada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, a PF encontrou uma minuta de decreto para Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A proposta objetivava reverter o resultado da eleição presidencial, em cujo segundo turno o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso. Caso fosse levada adiante, a medida esbarraria na inconstitucionalidade.

 
Encontrado no armário do de Anderson Torres, o documento possivelmente foi redigido após o segundo turno da corrida presidencial e tinha como objetivo apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do TSE antes, durante e depois do processo eleitoral.

Com a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, Torres retornou ao comando da Secretaria de Segurança Pública do DF no dia 2 de janeiro, mas cinco dias depois saiu de férias com a família.

Anderson Torres estava em Orlando no último domingo, quando os criminosos bolsonaristas instalaram o caos na capital dos brasileiros, imaginando ser possível abrir caminho para um golpe de Estado.

Apesar de ter negado que se encontrou com Bolsonaro, que também está em Orlando, o ex-ministro da Justiça reuniu-se com o golpista-mor um dia antes da epopeia terrorista.

Não por acaso, o advogado Rodrigo Roca, que defendeu Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”, assumirá a defesa e Anderson Torres, Como na política, a exemplo do que sempre afirmamos, não há espaço para coincidências, esse detalhe chama atenção.

Não custa lembrar que o criminalista Daniel Bialski, que defendeu Michelle Bolsonaro em polêmico caso envolvendo redes sociais, repentinamente passou a advogar para Milton Ribeiro, acusado de envolvimento no escândalo dos “pastores do MEC”.

Voltando a Anderson Torres… Na quarta-feira (11), o STF decidiu, por 9 votos a 2, referendar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que afastou por 90 dias Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do DF e decretou a prisão de Anderson Torres.

Votaram contra a decisão de Moraes os ministros André Mendonça, o “terrivelmente evangélico, e Kassio Nunes Marques. Como se os atos terroristas perpetrados pelos bolsonaristas nada representassem. Mendonça alegou que “ainda que os fatos investigados sejam graves, é exagerado o pedido de prisão de Torres e a ação pode gerar riscos concretos à aplicação da lei penal”.

Nunes Marques justificou seu voto argumentando que o secretário de Segurança do DF estava em férias e, portanto, não pode ser acusado de cometer crimes referentes aos atentados em Brasília. Anderson Torres deixou o terreno preparado para os terroristas, além de ter guardado em casa uma prova do golpe, mas o magistrado entende que Torres é um poço de boas intenções.


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