No Senado, Michelle Bolsonaro age como cabo eleitoral e diz que ex-presidente não teme ser preso

 
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se prestou a papel menor e questionável ao comparecer no Senado Federal e pedir votos ao bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), que concorre à presidência da Casa contra Rodrigo Pacheco, atual chefe do Legislativo.

Refugiado nos Estados Unidos desde dois antes do fim do mandato presidencial, Jair Bolsonaro atuou nas últimas horas para eventualmente reverter a vantagem de Pacheco, operação que tem com objetivo fazer oposição insana ao governo do presidente de Luiz Inácio Lula da Silva.

Na se trata de condenar o papel da oposição, pelo contrário, desde que tal atuação ocorra longe do radicalismo burro e criminoso da extrema-direita, que tem em Bolsonaro sua figura de proa e que nos últimos quatro anos ameaçou a democracia e tentou instalar o caos no País.

Quando se dirigia ao plenário do Senado, Michelle Bolsonaro foi questionada pelos jornalistas se a permanência do marido nos EUA tinha relação com o medo de ser preso. A ex-primeira-dama respondeu que não é o marido que deve ter medo da prisão. Perguntada sobre quem deveria estar com medo, Michelle respondeu: “vocês sabem”.

 
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Beira a irresponsabilidade qualquer apoio à candidatura de Rogério Marinho, que serviu ao governo golpista como ministro do Desenvolvimento Regional. O representante de uma gestão que fomentou de forma escancarada os atos golpistas do último dia 8 de janeiro não tem estofo para falar em preservação da democracia e pacificação da nação.

Nos dias subsequentes à invasão e à depredação do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, Rogério Marinho não veio a público para condenar os atos dos terroristas bolsonaristas, que agora enfrentam a barras da Justiça.

Voltando a Michelle… Se a ex-primeira-dama tem capital político para atuar como cabo eleitoral de Rogério Marinho, deveria ter se pronunciado publicamente contra os atos golpistas. O silêncio de Michelle Bolsonaro soou como endosso ao vandalismo que tomou conta da Praça dos Três Poderes.

Sobre o fato de o ex-presidente temer a prisão, Michelle Bolsonaro tem garantido o direito à livre manifestação do pensamento, mas ultrapassa as fronteiras da incoerência tentar camuflar a realidade. Se há no País, por enquanto, alguém com medo de ser preso, esse certamente é Jair Bolsonaro, que responderá perante a Justiça por incentivar os atos golpistas e promover um genocídio na reserva Yanonami. Se Bolsonaro não teme eventual prisão, como insinuou a esposa, que retorne ao Brasil.


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