Plano bolsonarista de tomar o Senado de assalto fracassa e Rodrigo Pacheco é reeleito com 49 votos

 
Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito para o cargo, derrotando por 49 votos a 32 Rogério Marinho (PL-RN), que contou não apenas com o apoio de Jair Bolsonaro, mas também com a presença de Michelle Bolsonaro, que nesta quarta-feira (1) foi ao Congresso Nacional cabalar votos para o candidato bolsonarista, que que serviu ao governo golpista como ministro do Desenvolvimento Regional.

A vitória de Pacheco desmonta o plano para manter vivo o bolsonarismo, que entrou em rota descendente após os atos terroristas de 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), foram destruídos pelos vândalos bolsonaristas que apostavam em um golpe militar.

A estratégia bolsonarista, que impulsionou a candidatura de Rogério Marinho, era conquistar a presidência do Senado e levar adiante pedidos de impeachment de ministros do STF, principalmente os contrários aos interesses de Jair Bolsonaro, que continua refugiado nos Estados Unidos.

Correndo o risco de ser preso por conta dos atos golpistas que tomaram a Praça dos Três Poderes e na mira da Justiça por causa do genocídio na reserva Yanomami, Bolsonaro acreditou que pressionando o STF a partir do Senado poderia livrar-se das garras da lei. Seu plano fracassou, assim como fracassou a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no pífio papel de cabo eleitoral de Marinho.

 
O bolsonarismo sofreu um revés na tarde desta quarta-feira com a derrota de Rogério Marinho, o que não significa que a oposição ao governo Lula perdeu força. Em qualquer democracia o movimento oposicionista, pautado pela legislação vigente e pelo bom-senso, é imprescindível. A grade questão é que o bolsonarismo vai muito além de um projeto político, avançando no terreno de um projeto de sociedade, marcado por radicalismo criminosos e conservadorismo torpe.

O fracasso do plano de Jair Bolsonaro, que dedicou os últimos dias para conseguir votos a favor de Rogério Marinho, invalida declaração proferida nesta manhã, quando o ex-presidente disse que o governo Lula não duraria muito tempo. A fala golpista de quem continua não aceitando os resultados das urnas eleitorais é prova maior do que ora afirmamos.

É impossível afirmar qual seria a estratégia seguinte de Bolsonaro, mas não se pode descartar nova tentativa de golpe ou eventual processo de impeachment contra o atual chefe do Executivo. O golpista em fuga parece não compreender o mecanismo da política brasileira, em especial no Congresso Nacional. Um processo de impeachment depende de aval do presidente da Câmara dos Deputados, que com o governo Lula deve repetir o apoio dado, a peso de ouro, à desastrada gestão Bolsonaro.

Em claro recado aos golpistas de plantão, Rodrigo Pacheco, após ter a reeleição confirmada, dirigiu-se aos parlamentares e ao povo brasileiro, defendendo a pacificação do País e também do Parlamento. “A democracia está de pé”, disse Pacheco.


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.